O desmatamento ilegal — com aumento de 68% em agosto deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) — e as queimadas na Amazônia, com o maior número de focos de incêndio registrados de janeiro a setembro desde 2010, revelam um cenário de emergência. O setor empresarial, atento à urgência de uma mobilização, organizou, na quarta-feira (21/10), o painel: “Envolvendo a cadeia na solução: Clientes e Fornecedores”, idealizado pela Fundação FHC e a Câmara Americana de Comércio (Amcham). Estiveram presentes Rodrigo Santos, CEO da divisão Crop Science para América Latina da Bayer, e Walter Schalka, CEO da Suzano, ambas associadas ao CEBDS. Eles concordam que o Brasil precisa fazer uma “nova reinserção na geopolítica internacional e se tornar uma potência sustentável”.
“O Brasil precisa de uma revolução ambiental que seja usada para a criação de emprego e renda”, disse Walter Schalka, que explicou que se o país zerar o desmatamento ilegal da Amazônia, que representa 97% do total, pode gerar US$ 10 bilhões por ano, por meio do mercado de carbono.
A Bayer, de acordo com Rodrigo Santos, já vem trilhando esse caminho, com a “descarbonização” dos processos de produção, e a ajuda a pequenos produtores. Em parceria com a Embrapa, a empresa auxilia 400 agricultores, com uma série de recomendações e práticas sustentáveis na agricultura. A ideia é capturar carbono dos processos e vender os créditos para o mercado internacional.
Alinhados ao pensamento do CEBDS, os empresários disseram que o Brasil tem total condição de aliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental.
No próximo dia 26, segunda-feira, o CEBDS realizará, das 15h às 17h, inscreva-se aqui, o webinar sobre o Marco Regulatório do Mercado de Carbono no Brasil. “O carbono será a nova commodity global em breve e o Brasil tem vantagens competitivas importantes nesse mercado. Precisamos nos organizar desde já para garantir uma liderança no mercado global de carbono”, disse Marina Grossi, presidente do CEBDS. “O marco regulatório desse mercado deve ser criado por uma lei com normas e regras estáveis, críveis e transparentes para garantir segurança jurídica e baixo custo de transação”, completou Marina.