CEO do WBCSD defende coordenação entre mercado e governo no pós-pandemia

Data: 01/07/2020
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Em evento do Conselho de Líderes do CEBDS, Peter Bakker, CEO do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), recomendou a precificação dos riscos sistêmicos nos mercados e pediu mais qualidade e consistência nos dados ambientais, sociais e de governança para atração de investimentos estrangeiros

 

Rio de Janeiro, 1.⁰ de julho de 2020 – Principal executivo do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) – organização presente em 36 países e representante de mais de 200 grupos empresariais –, Peter Bakker defendeu, nesta quarta-feira (1º), mudanças profundas no mercado para impactar positivamente as pessoas e o planeta, diante da atual crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19. São mudanças políticas, tecnológicas, de modelos de negócios, entre outras, que permitirão uma maior resiliência em eventos extremos.

Em reunião com CEOs de empresas brasileiras e multinacionais membros do Conselho de Líderes do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), Bakker recomendou que os riscos sistêmicos sejam precificados nos mercados a fim de implementar estratégias de mitigação e adaptação. “Para isso, é necessária colaboração entre empresas, finanças e governos”, afirmou o CEO do WBCSD.

Um dos caminhos – inclusive para atrair investimentos internacionais – é ampliar e melhorar a qualidade e a consistência dos dados ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) e a divulgação de riscos climáticos, alinhada às recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD). “A Covid-19 acelerou várias macrotendências que já havíamos identificado. A forma como vamos responder aos desafios agora nos conduzirá à próxima década”, disse o executivo, apontando alguns sistemas de transformação prioritários.

“Os negócios precisam desenvolver soluções que possam ganhar escala em alguns sistemas: energia descarbonizada, economia circular, alimentos, mobilidade e o que chamamos de contratos sociais, que inclui questões ligadas à diversidade, por exemplo, além de uma mudança do capitalismo, agora mais voltado para as partes interessadas”, explicou Bakker, destacando a importância, por exemplo, da proteção econômica e social das cadeias de valor diante da atual crise sanitária.

Mediadora no diálogo com o CEO do WBCSD com os executivos, a presidente do CEBDS, Marina Grossi, destacou a proposta de criação de mecanismos de precificação de carbono – articulada com o Ministério da Economia – na atual agenda brasileira de negócios e apontou a desigualdade social como o maior desafio do país. Para Bakker, há grandes oportunidades para o Brasil com energia renovável e no desenvolvimento de um mercado de carbono.

O desmatamento da Amazônia e a consequente imagem negativa do Brasil junto a investidores estrangeiros são questões que devem ser priorizadas pelas lideranças empresariais e que vão demandar ações articuladas e conjuntas entre os setores público e privado, na visão do CEO do WBCSD. “Nenhuma companhia individualmente tem capacidade de promover mudanças em grande escala. Mas, juntas são capazes de endereçar transformações com impacto, inclusive na definição de políticas públicas que alavanquem a agenda do desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Entre as lideranças que participaram da reunião, estavam André Araujo (CEO da Shell), André Clark (CEO da Siemens Energy), Andrea Alvares (VP da Natura), Marcos Bicudo (chair do CEBDS e CEO da Vedacit), Mauricio Adade (CEO da DSM), Orson Ledezma (CEO da Ecolab) e Tania Cosentino (CEO da Microsoft).

O webinar do Conselho de Líderes foi transmitido em inglês (sem tradução) e está disponível no canal do CEBDS no Youtube: https://www.youtube.com/user/CEBDSBR.

 

SOBRE O CEBDS

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes. Mais informações: https://cebds.org/.

 

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Débora Rolando