As empresas estão cada vez mais tratando as questões relacionadas à sustentabilidade como uma parte intrínseca aos seus negócios, vendo a importância das questões ambientais e sociais para o desenvolvimento sustentável. Segundo a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento econômico e social depende da gestão sustentável dos recursos naturais do nosso planeta, como a conservação e utilização dos recursos naturais.
Aliar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, o triplé da sustentabilidade, para que haja um desenvolvimento sustentável é o caminho, como podemos observar:
O Programa Amazônia Viva lançado em 2011, já gerou R$ 1,5 bilhão em negócios na região da Amazônia e beneficiou 4.636 famílias na Pan-Amazônica (território que inclui Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Guianas e Suriname).
A Natura acredita que uma marca de beleza tem tudo para deixar o mundo mais bonito e com uma floresta maior e não menor. Desde 2000, a empresa assumiu o compromisso de desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e inclusivas para a Amazônia .
Até 2020, a empresa pretende alcançar 10 mil famílias beneficiadas pelo Programa Amazônia. E tem uma meta de gerar R$ 1 bilhão em volume de negócios na Pan-Amazônia – incluindo também para 2020 – que já estava superada em 2018, quando o valor acumulado estava em mais de R $ 1,5 bilhão. Outro objetivo para o próximo ano é atingir 30% do total de insumos consumidos pela empresa oriundos da região Pan-Amazônica. Em 2018, o indicador estava em 17,8%.
O programa atua em três frentes: Ciência, tecnologia e inovação, em que coordena redes de pesquisa e conhecimento, com foco em biodiversidade, manejo e agricultura sustentável e ecodesign; Cadeias produtivas da sociobiodiversidade, que explora o aprimoramento e expansão como cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia, com investimentos em capacitação, eficiência produtiva e desenvolvimento de tecnologias; Fortalecimento institucional, que atua com instituições locais e estabelece parcerias que geram benefícios a todos os envolvidos, sendo essencial para o desenvolvimento de uma economia de floresta em pé.
A fábrica de concentrados Recofarma, que está a quase três décadas em Manaus, é a maior exportadora da região (45% ZFM e 85% do Polo de concentrados). O negócio gera 11 mil empregos diretos e indiretos. Metade do guaraná utilizado pela companhia vêm da agricultura familiar de 12 municípios amazonenses, além de ser a única empresa de bebidas com guaraná do Amazonas 100% certificado.
A empresa também busca maneiras de levar água potável para mais pessoas da região, desde dezembro de 2017, a região do Médio Juruá (AM) passou a ser beneficiada pelo Programa Água + Acesso, que busca soluções inovadoras para o acesso e tratamento de água para consumo, uma prioridade para a região.
Manter a floresta em pé é um objetivo primordial da atuação da empresa. 40 mil pessoas da Amazônia são beneficiadas pelo Programa Bolsa Floresta da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), apoiado pela Coca-Cola Brasil desde 2009. Segundo a Coca-Cola, o mesmo programa reduziu em 75% o desmatamento de áreas mapeadas. Com a manutenção da Floresta em pé, bacias hidrográficas preservam o volume de água
A companhia estimula os pequenos produtores, com o programa Olhos da Floresta, criado em parceria com a Ong Imaflora, em 2016, que oferece apoio técnico à agricultura familiar para a adoção dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) – modelo alternativo de produção que combina culturas agrícolas e espécies florestais em um mesmo espaço, recuperando o bioma de áreas degradadas.
Em parceria com o poder público, também são realizadas ações de extensão rural e diversificação de atividades com pequenos produtores. Nos últimos anos, a companhia fortaleceu as cooperativas da cadeia de açaí no interior do Amazonas, contribuindo para melhorar a logística, a segurança do trabalho e incentivando boas práticas de manejo sustentável. Até 2020, serão beneficiadas 350 famílias amazonenses que produzem o guaraná comprado pela Coca-Cola Brasil.
A Alcoa, que mantém empreendimento em Juruti, no Oeste do Pará, mostra que é possível um empreendimento com desenvolvimento econômico e sustentável na região amazônica. Fábio Abdala, gerente regional de Sustentabilidade da Alcoa para Mineração, enfatiza a necessidade de conexão entre a atividade econômica e o desenvolvimento social. “As empresas têm papel fundamental nesta equação por serem os principais agentes de geração de prosperidade, o que deve ser feito com respeito aos direitos humanos, ao capital natural, às leis e tradições.”
Ao chegar na região a empresa firmou parcerias com o governo e a sociedade e desenvolveu uma proposta de modelo de desenvolvimento embasada no Tripé Juruti Sustentável, que contemplou a criação do Conselho Juruti Sustentável (Conjus), a formação do Fundo Juruti Sustentável (Funjus). A Alcoa fez investimentos em infraestruturas públicas de saúde, saneamento, educação, assistência social, segurança e Justiça, que contribuem com a qualidade de vida local. No total, foram investidos mais de R$ 9,5 milhões em iniciativas do Instituto Alcoa e Alcoa Foundation em Juruti e região.
As compensações obrigatórias da empresa também chamam atenção. De 2006 até 2018, foram feitos repasses de R$ 266,7 milhões relativos a impostos e CFEM à Prefeitura de Juruti; e mais de R$ 50 milhões em Participação no Resultado da Lavra pagos à Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho. Além disso, a mão de obra e os fornecedores locais são priorizados pela empresa. Cerca de 80% do efetivo direto e indireto da Alcoa é de paraenses, dos quais mais de 840 são jurutienses. A Alcoa foi premiada pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com o 6º Prêmio Redes de Desenvolvimento, pela valorização dos fornecedores locais: a empresa realizou mais de R$ 152 milhões em compras em Juruti no ano de 2017.
“Nossa experiência tem demonstrado que é possível ter uma atividade de mineração responsável, catalizadora do desenvolvimento sustentável e com geração de valor compartilhado entre empresa e comunidades, através da criação de empregos, renda e alavancagem de negócios locais”, avalia Fábio Abdala.
A Chamada de Negócios da PPA 2019 recebeu 201 inscrições, realizada pela Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) com apoio técnico da Pipe Social, e tendo como uma das coordenadoras, a Ambev, a chamada é voltada aos empreendedores, startups, organizações, negócios de base comunitária, redes de pessoas/coletivos, instituições e empresas em estágio inicial voltados à conservação da floresta e dos recursos naturais, valorização da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável na Amazônia.
A iniciativa recebeu inscrições de todas as regiões do Brasil, com mais inscrições do norte do país – 30% são do Amazonas e 26% do Pará, e há também propostas do Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Amapá e Acre. Os negócios inscritos atuam nas áreas de agricultura e pecuária sustentável (24%), manejo e produção florestal sustentável (23%), produtos e serviços ambientais (20%), educação para conservação do meio ambiente (9%), mitigação/adaptação das mudanças climáticas (4%), tratamento de resíduos/lixo com benefícios para populações e comunidades rurais (14%) e monitoramento/combate a atividade ilegais (1%).
Boa parte das iniciativas estão em fase de organização para ganho de escala, mas há empreendimentos em todas as fases de um negócio: ideação, validação, prototipagem, piloto, tração, pré-escala e escala. Os negócios se relacionam com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco maior nos ODS 12 (Produção e Consumo Sustentável), 08 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e 02 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).