Em reunião com o Consórcio da Amazônia, movimento empresarial pela sustentabilidade defende implementação do Código Florestal e sugere estabelecimento de metas para desmatamento, regularização fundiária e evolução do PIB da região
Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2020 – Avaliação e validação do Cadastro Ambiental Rural, visando acelerar esse processo para a implementação do Código Florestal; poder (ação de polícia) no combate ao crime organizado ligado à grilagem e ao desmatamento ilegal, que prejudica os negócios legais da Amazônia; maior integração entre os institutos de terras e o INCRA na criação de uma governança colaborativa que dê agilidade aos processos de regularização fundiária; e melhoria da infraestrutura e governança na análise e concessão de licenças ambientais.
Essas são ações objetivas que foram apresentadas nesta quarta-feira aos governadores do Consórcio da Amazônia pelas instituições articuladoras (CEBDS, ABAG, IBÁ, ABIOVE e Rede Brasil do Pacto Global) do Comunicado do Setor Empresarial Brasileiro, lançado em julho passado. O encontro reuniu lideranças do movimento empresarial pela sustentabilidade com os 9 governadores dos Estados da Amazônia Legal (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão).
“Precisamos trabalhar para desenvolver a Amazônia, preservando e explorando o potencial da bioeconomia da região”, destacou Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). “Está muito claro para o setor produtivo brasileiro que é preciso fazer mais para combater o desmatamento ilegal na Amazônia. E nos preocupa, particularmente, a percepção negativa da imagem do brasil no exterior”, afirmou Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
O governador do Amapá e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, Waldez Góes, reconheceu o problema de imagem e disse que os Estados estão comprometidos com a agenda ambiental. “Precisamos construir parcerias. Quanto mais integrarmos nossos esforços, maior será visibilidade à pauta positiva”, disse ele.
O presidente do Conselho da Marfrig, Marcos Molina, destacou a decisão da rede de supermercados Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unido, de retirar a carne brasileira das suas prateleiras em razão do desmatamento na Amazônia. “Precisamos agir rápido e a rastreabilidade é um caminho para mostrar que fazemos a coisa certa”, disse o executivo. O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, sugeriu o estabelecimento de metas efetivas de desmatamento com os governos estaduais e um alinhamento e integração com o governo federal.
Para o CEO da Natura, João Paulo Ferreira, a definição de metas de desmatamento, regularização fundiária e aumento do PIB do próprio Consórcio da Amazônia, por exemplo, pode ser contribuir inclusive para a interlocução com investidores internacionais. Já o CEO da Agropalma, Beny Fiterman, disse que espera uma ação mais contundente de combate ao desmatamento. “Hoje, falta segurança jurídica na Amazônia”, afirmou ele. Também participaram da reunião o diretor de Sustentabilidade da Norsk Hydro, Domingos Campos, e a diretora de Relações Governamentais e Comunicação da Alcoa, Michelle Shayo.
Em suas falas, os governadores reafirmaram compromisso com a agenda ambiental e destacaram projetos e soluções que possam contribuir com essa pauta. “É preciso precificar o valor da floresta em pé. A preservação da floresta pode ser mais rentável do que o hectare de soja ou de pasto. Tem que monetizar”, defendeu o governador do Pará, Helder Barbalho. “Precisamos mobilizar recursos para desenvolver projetos, como os do Fundo Amazônia, por exemplo, que estão empoçados. Tem também um fundo que o vice-presidente da República (Hamilton Mourão) se comprometeu em alavancar junto a empresas e ao BID”, disse o governador do Maranhã, Flávio Dino.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, enfatizou a importância do combate ao desmatamento ilegal, o governador de Roraima, Antonio Denarium, destacou o licenciamento ambiental simplificado, e o governador de Tocantins, Mauro Carlesse, o potencial de ações integradas entre o poder público e o setor privado. Também participaram da reunião representantes dos governos do Acre, Amazonas e Rondônia.
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Eduardo Nunes