O CEBDS reuniu especialistas para discutir o Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade, lançado há um ano em outubro do ano passado. O tema foi debatido no workshop Desempenho em Biodiversidade: Como calcular o Impacto Líquido Positivo na quinta-feira (29/10).
A meta de potencializar ações de conservação e recuperação nas regiões onde a empresa está inserida, buscando um impacto líquido positivo em biodiversidade, faz parte das nove estabelecidas no compromisso. A abertura do evento foi de Henrique Luz, assessor técnico do CEBDS. Participaram Luiz Sanchez, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; Malcom Starley, do Biodiversity Consultancy; e Alice Alexandre, do Instituto Life.
A mensuração dos impactos da biodiversidade é complexa, porque é preciso calcular mudanças em diferentes elos da cadeia: as espécies, a diversidade dentro das próprias espécies e os ecossistemas. Mas Malcom Starley explica que sem mensurações não há como se calcular estragos nem estabelecer metas e compromissos factíveis. O difícil, como apresentado, é escolher uma métrica que seja fidedigna à realidade.
Estudos de casos foram apresentados mostrando vantagens e desvantagens de algumas métricas. Maria Alice, do Instituto Life, detalhou a metodologia desenvolvida pela empresa, que se baseia em três passos: 1) Diagnóstico da situação da empresa e identificação das prioridades para conservação, caracterização da paisagem. 2) Medição da pressão aos negócios: qual é o índice de pressão da biodiversidade da organização, desempenho mínimo para compensar impactos residuais. 3) Resposta: plano de ação em relação à biodiversidade, à política, e avaliação da cadeia de suprimentos.
Luiz Enrique Sanchez, autor do livro “Avaliação de Gestão Ambiental: conceitos e métodos”, explicou como um grande projeto empresarial pode atingir impacto zero ou positivo: “Os componentes de biodiversidade devem estar na fase de implantação do projeto. Se vamos tratar de perda líquida zero ou ganho líquido positivo, precisamos de ferramentas, mas também de determinações governamentais e casos concretos.”
O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, tendo mais de 20% do número total de espécies. Por sua posição, o país tem especial contribuição no cumprimento das metas nacionais e internacionais de proteção da biodiversidade.