Com o objetivo de aumentar o conhecimento prático sobre Títulos Verdes como instrumentos financeiros e de investimento, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a Strategic Alliance, composta pelo, a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e o Banco Skandinaviska Enskilda (SEB), promoveram nesta terça (4) e quarta-feira (5) a segunda rodada de workshops, dessa vez com o foco nas etapas finais do processo de emissão de um título: monitoramento, reporte e aspectos de mercado.
A coordenadora da Câmara Temática de Finanças Sustentáveis do CEBDS, Laura Albuquerque, salientou que os workshops são fruto de uma estratégia iniciada no ano passado para impulsionar o desenvolvimento do mercado de Títulos Verdes no país. “Em 2016 criamos um conselho com a Climate Bonds Initiative (CBI) para, entre outros objetivos, alavancar esse mercado; lançamos com a Febraban um guia para emissão de Títulos Verdes para disseminarmos esta ideia entre nossas empresas associadas; e realizamos com a Strategic Alliance o primeiro workshop sobre o tema. Desde 2015, quatro empresas emitiram títulos nessa modalidade – Fibria, Suzano, BRF e CPFL Renováveis– e o BNDES criou um fundo que foi um marco muito importante para esse mercado”, contextualizou.
Realizado no Itaú, em São Paulo, o workshop contou com a participação de cerca de 110 representantes de empresas, consultorias, mercado financeiro e setor público. As palestras foram ministradas por especialistas de instituições referência em Títulos Verdes no Brasil e mundo, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (GVces), o Climate Bonds Initiative, a GIZ e o SEB.
O CEBDS transmitiu ao vivo pelo Facebook quatro palestras. Confira abaixo.
Na palestra de abertura, a coordenadora de Finanças Sustentáveis da GVces, Annelise Vendramini, afirmou que a emissão de Títulos Verdes no mundo totalizou US$ 81 bilhões apenas em 2016. “O que chama atenção é o constante crescimento dos Títulos Verdes desde 2007 e eles vem ganhando cada vez mais espaço”, destacou. Ela ainda ressaltou a necessidade de descarbonizar a economia por meio de um decoupling, ou seja, desassociar o crescimento do PIB do crescimento das emissões de gases de efeito estufa. Confira na íntegra.
Guia para emissão de Títulos Verdes
A assessora de Relações Institucionais da Febraban, Beatriz Stuart Secaf, apresentou o Guia para Emissão de Títulos Verdes, elaborado pelo CEBDS em parceria com a federação. Veja como foi.
A representante do Programa Brasileiro da CBI, Thatyanne Gasparotto, também salientou que o mercado de Títulos Verdes “explodiu”, destacou que a previsão para este ano é de as emissões alcancem US$ 130 bilhões e de que haja cada vez mais diversidade no perfil dos emissores.
Na sequência, o chefe do Departamento de Fomento ao Mercado de Capitais do BNDES, André Mendes, apresentou o Fundo de Energia Sustentável, criado pelo banco para, entre outras razões, associar um setor prioritário para o desenvolvimento no país – infraestrutura – com a agenda de sustentabilidade – dos Títulos Verdes. “A associação entre green bonds e infraestrutura veio a partir da participação de uma reunião do Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável do Mercado, uma iniciativa do CEBDS e da Climate Bonds Initiative”, explicou. Assista as palestras de Gasparotto e Mendes.