Cada vez mais tem destaque a discussão de um tema específico: a precificação do carbono. A questão já vem sendo discutida ao longo dos últimos anos, mas a urgência que os riscos climáticos aponta fez com que o debate sobressaísse.
Nesse post iremos explicar do que se trata a precificação do carbono e o quanto ela pode ser importante para revolucionar a forma de produzir influenciando desde os grandes até os pequenos negócios. Entenda!
O que é precificação de carbono
Precificar o carbono significa atribuir um custo aos impactos gerados pela quantidade de emissões provenientes da produção de insumos, manufatura, distribuição e consumo de produtos.
A ideia é que a emissão de gases deixe de ser um custo de toda a humanidade e seja atribuída apenas a quem realmente a emite. Por não ter um valor determinado atualmente, o carbono não é considerado no planejamento econômico dos negócios.
A partir do momento em que é precificado, o quadro muda. Emitir menos carbono, além de toda a importância ambiental e social, passa a representar menores despesas para sua companhia.
As duas formas de precificação
Existem basicamente dois esquemas bem desenvolvidos de precificação do carbono: comércio de emissões (cap and trade) e tributação.
Nos dois casos, a ideia é criar um processo contínuo, no qual as empresas busquem desenvolver tecnologias para reduzir seus custos com a emissão de carbono.
Entenda como elas funcionariam:
Comércio de emissões (cap and trade)
Nessa opção é enviado um certificado às empresas com um limite previamente acordado para a quantidade de emissões. Esses certificados podem ser comercializados em um mercado chamado Emissions Trading System (ETS).
As empresas que emitirem quantidades inferiores ao previsto no documento poderão negociar seus certificados no mercado com outras companhias. Assim a quantidade de emissão será fixa, sempre respeitando os limites estabelecidos, e o preço do carbono passa a ser definido pelas transações.
A partir dessa implementação, as empresas poderiam:
- – abater as emissões excedentes adotando opções tecnológicas para a redução;
- – abater as emissões até quando for rentável;
- – adquirir certificados para cobrir as emissões que excederem sua permissão, o que dependeria da decisão de outras companhias.
Tributação
Esse sistema funciona como um imposto. O governo define um preço fixo sobre cada unidade de emissão da empresa. O cálculo do valor da taxa visa a atingir a redução de emissões a um nível sustentável, em que o aumento de temperatura não passe de 2ºC. A tributação é paga diretamente ao governo.
Nesse caso, o preço do carbono seria fixo. Além disso, a quantidade de emissões seria variável. Algumas empresas poderiam optar por continuar pagando a taxa, sem que isso dificultasse suas finanças.
Imaginando esse cenário, caberia às empresas decidir entre:
- – continuar emitindo a mesma quantidade sem abrir mão de pagar mais imposto;
- – abater as emissões e reduzir os custos com a tributação.
A partir do momento que abater uma tonelada de carbono internamente torna-se mais caro que pagar uma unidade taxa, a empresa pode optar pelo pagamento da taxa.
Por que sua empresa deve se preparar para lidar com a precificação de carbono
O Brasil possui um enorme potencial para se destacar numa economia de baixo carbono. O país apresenta capacidade de geração de energia solar e outras fontes renováveis maior do que praticamente todas as outras nações no mundo.
Portanto, um mecanismo de precificação do carbono por aqui estimularia um grande impulso para aproveitamento desse potencial energético sustentável.
Observando que a valoração é uma tendência mundial, as empresas e instituições financeiras que tiverem essa percepção, poderão se destacar futuramente.
Para se ter ideia, muitos países, incluindo os Estados Unidos, já adotaram políticas de precificação do carbono.