ONU alerta que será preciso cortar mais 25% das emissões além das previstas para 2030


O mundo deve aumentar drasticamente e com urgência a sua ambição de cortar aproximadamente mais um quarto das emissões globais dos gases de efeito estufa (GEE) previstas para 2030 para ter chances de minimizar as mudanças climáticas, alerta o documento “The Emissions Gap Report 2016 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma, lançado no último dia 3 de novembro, em Londres.

O relatório revela que as emissões de 2030 deverão chegar a entre 54 e 56 gigatoneladas de dióxido de carbono, muito acima do nível necessário – 42 gigatoneladas – para o planeta ter uma chance de limitar o aquecimento a 2oC neste século. Podemos dizer que se mantido o andamento atual de emissões globais de GEE, haveria um excesso entre 12 a 14 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente na atmosfera em 2030. Uma gigatonelada de CO2 equivalente é o que emite todo o transporte da União Europeia, incluindo o aéreo, durante um ano, aponta o Pnuma.

O diretor-executivo do Pnuma ressalta os benefícios de agirmos o quanto antes. “Se não começarmos a tomar medidas adicionais agora, começando com a próxima reunião climática em Marrakesh, vamos lamentar a tragédia humana evitável. O crescente número de refugiados climáticos atingidos pela fome, pobreza, doença e conflito será um lembrete constante do nosso fracasso em cumprir. A ciência mostra que precisamos nos mover muito mais rápido”.

Tecnologias e eficiência energética podem ajudar

O relatório do Pnuma também apresenta uma avaliação das tecnologias e oportunidades para encontrar os cortes adicionais necessários, em especial por meio de atores não governamentais, da aceleração da eficiência energética e da interação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O documento aponta que os investimentos em eficiência energética aumentaram 6%, chegando a US$ 221 bilhões em 2015.