Risco, Reputação e Eficiência em Compras

Data: 13/05/2014
Autor:
Eficiencia em Compras


 

Em agosto de 2007, a Mattel, maior fabricante de brinquedos do mundo, anunciou um recall de 19 milhões de unidades de uma linha de brinquedos por conta do uso de tinta a base de chumbo em sua fabricação. Além de uma multa de US$ 2,3 milhões, um custo logístico de US$ 24 milhões e de propaganda e esclarecimento de mais de US$ 70 milhões, a maior perda da empresa com essa crise foi sem dúvida no mercado, chegando a perder ¼ de seu valor total (ou cerca de US$ 2,75 bilhões) em quatro meses.

Ao apurar o que motivou essa grande crise, a Mattel descobriu que a tinta usada nos brinquedos vinha de um fornecedor secundário seu, localizado na China. Analisando a governança de sua cadeia de suprimentos, a empresa concluiu que sua análise de risco estaria muito aquém do necessário para o seu porte e escala de operações. Ao longo dos últimos sete anos, a empresa conseguiu recuperar seu valor de mercado e teve uma excepcional gestão daquela crise por conta da transparência e rapidez com que lidou com a situação.

Em retrospecto, é fácil apontar a grande falha da empresa nesse caso: ainda que sua gestão de crise tenha sido excepcional, a Mattel careceu de uma maior gestão de risco na sua cadeia, para impedir que o fato viesse a acontecer. Seja por falta de estrutura, por um cálculo errado ou mesmo por filosofia, o fato é que após o ocorrido a empresa de brinquedos é uma das líderes no controle e operação de sua cadeia de fornecedores, delimitando avançados princípios de sustentabilidade nas compras.

Mas por que sustentabilidade em um caso claramente de risco regulatório e à saúde humana? Pois sustentabilidade nas compras é gestão de risco e eficiência em compras. Estudo da Insead, Ecovadis e PwC mostra que, caso uma empresa adote uma estrutura de compras sustentáveis em suas operações, despenderá, em média, 85 vezes menos o que gastaria com a gestão de crises decorrentes da não adoção dessa estrutura. Isso sem contar com a redução dos custos operacionais e maior eficiência (pelo custo da energia, especificações erradas, custos legais etc) e com o crescimento da receita (pela melhoria reputacional).

Claro que a decisão de se implementar uma política de compras sustentáveis em uma empresa é complexa e não é barata, mas o estudo e o caso da Mattel demonstram que não é um custo, mas um investimento. Mais do que isso, é um perfeito caso da internalização da sustentabilidade no negócio, demonstrando clara causalidade entre o que eu compro e o risco/ganho potencial atrelado.

Como ter mais eficiência em compras?

Um racional que ofereça maior conhecimento de potencial risco operacional e que indique o ganho de eficiência e de reputação, como faz o “Manual de Compras Sustentáveis”, é uma ferramenta capaz de alterar a lógica do “menor preço” para a do “melhor preço”. Para a empresa, os consumidores e o planeta.

Manual de Compras Sustentáveis