A publicação contou com estudos de casos de empresas associadas ao CEBDS: DSM e Votorantim Cimentos
O Relatório Business Climate Resilience: Thriving Through the Transformation, que pode ser baixado aqui, reúne importantes cases e as últimas reflexões sobre adaptação e resiliência do clima, tendo como foco a resiliência climática do setor privado. A publicação mostra a necessidade das empresas se preparem para os riscos associados às mudanças climáticas.
“Cenários transformadores de longo prazo precisam ser parte das estratégias de negócios, ou as empresas logo se tornarão irrelevante. As empresas que já têm uma visão de longo prazo vão ser as campeãs de amanhã.” Joyashree Roy, autor do IPCC, e Professor no Asian Institute of Technology (AIT), e na Economics at Jadavpur University-online.
O WBCSD já vem trabalhando junto à comunidade empresarial para a resiliência climática. As empresas devem se preparar para os riscos físicos associados às mudanças climáticas, bem como os riscos de transição. O CEBDS conta com a publicação Riscos Climáticos: como o setor empresarial está se adaptando?, que mostra as respostas das organizações sobre os efeitos das mudanças climáticas nos seus negócios requer uma estratégia robusta de gestão de riscos.
Entres os riscos associados às mudanças climáticas, podemos citar, os riscos físicos, que se relacionam às mudanças climáticas extremas, como furacões, ciclones e inundações. No risco reputacional, a marca perde valor perante seus stakeholders, tanto em função da falta de um gerenciamento de riscos climáticos, como pela contribuição de sua atividade para as emissões de gases de efeito estufa.
Devido às diversas ameaças que estão expostas, as empresas precisam integrar as mudanças climáticas em seus processos de gerenciamento de riscos. A norma ISO 31000, adotada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foi criada para descrever em detalhe o processos sistemático e lógico da gestão de riscos, com intuito de auxiliar as organizações a realizarem uma gestão de risco de maneira eficaz.
O WBCSD aponta três etapas principais que as empresas podem tomar para criar resiliência ao clima:
A mudança climática está no centro do modelo de negócios da DSM. Para o CEO da companhia, Feike Sijbesma, a empresa não pode ter sucesso ou se autodenominar bem sucedida, em um mundo que falha. Para a DSM, combater as mudanças climáticas não é apenas uma responsabilidade, mas também uma oportunidade de negócios e parte essencial da proteção do negócio para o futuro.
A empresa tem como objetivos: melhorar a pegada de carbono das operações e cadeias de valor para atender às meta NetZero até 2050, trabalhando para avaliar e proteger os ativos e cadeias de valor de riscos físicos emergentes relacionados ao clima; permitir que os clientes reduzam suas emissões desenvolvendo soluções de baixo carbono e fornecer soluções destinadas a apoiar a capacidade das sociedades de se adaptarem aos efeitos adversos de das Alterações Climáticas; advogar ações climáticas aceleradas e políticas de longo prazo, particularmente energia renovável e preços significativos do carbono, mas também condições climáticas inteligentes a longo prazo investimentos.
A DSM e o CEO, Feike Sijbesma, estão ativamente envolvidos em várias redes empresariais de ação climática, sendo a DSM associada ao CEBDS. A agenda climática da empresa demonstra como as empresas podem integrar a ação climática em seus estratégia de negócios para aumentar a resiliência e a competitividade.
“Melhorando o impacto de nossas próprias operações, permitindo soluções sustentáveis para nossos clientes e defendendo negócios sustentáveis, podemos crescer mais rápido e reduzir nosso perfil de custo e risco ” Jeff Turner, Vice Presidente de sustentabilidade, DSM.
A Votorantim Cimentos utiliza diferentes tipos de combustíveis derivados de resíduos e/ou biomassa. A ação é um fator-chave para a mitigação de emissões do setor, que tem cerca de 40% das emissões de CO2 no processo de cimento, que utiliza combustíveis fósseis.
Um exemplo de sucesso é o Projeto Açaí em Primavera, no estado do Pará. Comunidades, pequenos agricultores e fornecedores coletam os caroços de açaí que seriam descartados de outra forma, e após um processo, os poços chegam à fábrica de cimento para substituir parte do coque de petróleo importado, o combustível utilizado nos fornos de cimento.
A iniciativa foi reconhecido na 14ª edição do Prêmio Brasil Ambiental, da American Chamber of Commerce for Brazil (AmCham). No qual fomenta ações em sustentabilidade e reconhece, desde 2005, as organizações brasileiras que contam com as melhores práticas.
O processo implementado pela Votorantim Cimentos, proporciona diversos benefícios econômicos e ambientais, como na redução de emissões de CO2, geração de empregos, aumento de renda e inclusão de comunidades locais. Em 2018, a empresa utilizou 40.000 toneladas de caroços de açaí, o que resultou em 14,3% de substituição de combustível fóssil e redução de 44.000/ano de CO2. A empresa pretende manter aumentando a utilização para atingir 30% da substituição térmica.