Esq. p/ Dir. Carlos Mathias Neto (Renova Energia), André Araujo (Shell), Adriano Duarte(DNV), Marcus Bicudo (Chairman do CEBDS), Gino Di Domenico (Brasil Kirin), Marina Grossi (Presidente do CEBDS), Rogério Zampronha (Schneider Eletric), Rodrigo Santos (Monsanto), Paulo Ricardo Stark (Siemens), Jorge Menegassi (EY), Gilberto Peralta (GE).
Os maiores grupos empresariais do Brasil se uniram por meio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e, em uma iniciativa inédita, construíram juntos a “Agenda CEBDS – Por um País Sustentável”. As propostas apresentadas têm por objetivo promover o desenvolvimento mais sustentável do País, por meio da aliança entre os setores governamental e empresarial.
Lançado dia 06 de agosto, em São Paulo, o documento foi desenvolvido a pedido dos próprios CEOs das empresas associadas ao Conselho que endossam a Agenda. Divida em cinco macro-objetivos, as 22 propostas são transversais ao tema da Sustentabilidade e abordam temas como Educação, Saneamento, Equidade, Biodiversidade, Gestão de Recursos Hídricos, Energia e Mobilidade, entre outros.
“O movimento representa um avanço histórico na relação entre os setores público e privado, quando pela primeira vez grandes empresas endereçam propostas para o desenvolvimento sustentável com qualidade, iniciando um diálogo com governantes desde o início do mandato”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS. “É uma nova forma de fazer política em que buscamos criar aderência às boas práticas do meio empresarial, dar escala a essas ações e aumentar a competitividade do Brasil internacionalmente”, completa Marina.
As propostas serão apresentadas pelos CEOs aos candidatos à presidência, que validarão com quais pontos da Agenda se comprometem previamente. Após a definição do novo presidente, será feito um novo encontro para a criação de um fórum permanente de acompanhamento do que foi discutido. Para os presidentes, a Agenda CEBDS tem um impacto muito maior que uma lista de pedidos, visa deixar um legado para o próximo governo, para empresas e para o país. “Quero ver os resultados no governo que virá a partir do da 1º de janeiro”, enfatizou Paulo Stark, CEO da Siemens.
Para o CEO da Brasil Kirin, Gino Di Domenico, a Agenda é a reunião de propostas para qualquer presidente eleito, independente do partido, para os próximos 20 anos. O presidente da DNV, Adriano Duarte, completou afirmando que para facilitar a implementação das propostas é necessário governança e planejamento, tanto por parte do Governo, quanto das empresas.
Para o CEO da EY, Jorge Menegassi, o resultado mais positivo da construção dessa Agenda foi a reflexão dos processos internos das próprias empresas. “Olhar para dentro é o primeiro passo, depois disso mobilizamos as demais”.
Durante os painéis de discussões os líderes das empresas abordaram temáticas importantes em torno dos objetivos da Agenda. O painel 1 buscou explanar como a economia de baixo carbono e de valorização dos recursos naturais pode gerar mais competitividade aos produtos brasileiros. Os CEOs da Shell André Araújo e da Renova Energia, Carlos Mathias Becker Neto pautaram discussões sobre as possibilidades de diversificação da matriz energética em nosso País como, por exemplo, o tempo que a produção eólica leva para gerar energia é quase a metade do que no caso da hídrica, que são cinco anos. Lembraram que tais iniciativas não podem ser vistas como independentes, interessam a todas as empresas que precisam estar abertas a debates reais e urgentes.
Ainda no primeiro debate, Rodrigo Santos, CEO da Monsanto, pontuou sobre as condutas relacionadas ao código florestal defendendo que existe possibilidade de o País continuar liderando a exportação de determinados itens da agricultura de maneira sustentável. “É um ato importante, já que o Brasil possui 65% do território com florestas ou reservas permanentes, enquanto na Europa é apenas 0,3%”, disse.
Gilberto Peralta, Presidente da GE participou do painel 2 que integrava a discussão de como o avanço das empresas em sustentabilidade pode melhorar a qualidade de vida das pessoas. Defendeu que o ponto mais importante é a agenda trazer um novo olhar sobre a necessidade de investimentos na educação de base que deve ser vista com mais atenção pela sociedade, governo e mídia.
O documento será também apresentado para as lideranças partidárias, Congresso, Senado e Executivo, já que as decisões envolvem todas essas esferas e o intuito é que a discussão seja ampliada e endossada pelo máximo de futuros governantes do País. Muitas dessas propostas ainda são embrionárias, precisam de massa crítica para ser desenvolvidas. “Nosso objetivo é oportunizar o diálogo”, falou Rogério Zampronha, Presidente da Schneider Eletric.
Marcus Bicudo, Chairman do CEBDS, encerrou o evento pedindo uma licença para operar com uma agenda inclusiva, apartidária e voluntária, pois existem soluções e possibilidades concretas das empresas trabalharem em conjunto com o setor público.
Participam da Agenda as empresas: Abralatas, Basf, Bayer, Brasil Kirin, Braskem, BRF, DNV, Dow Latin America, Ecofrotas, EY, GE, Lafarge, Masisa, Monsanto, PepsiCo, Pirelli, Renova Energia, Rhodia Solvay Group, Schneider Eletric, Shell, Siemens, Syngenta, Unilever e Wal-Mart.