O assessor técnico e coordenador da câmara temática de biodiversidade do CEBDS, Henrique Luz, participou do evento “BIO2020: Perspectivas Brasileiras para o Marco Pós-2020 de Biodiversidade”.
O encontro, entre os dias 4 e 6 de fevereiro, promovido pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) teve o objetivo de formular as contribuições dos governos e atores locais brasileiros para a renovação dos compromissos com a conservação global da diversidade biológica.
Restauração de ecossistemas e a recuperação da vegetação nativa, produção e consumo sustentáveis e favoráveis à vida selvagem; economia circular e soluções baseadas na natureza são alguns dos temas tratados.
As esferas de governo, representantes do setor público, privado e acadêmico, e segmentos da sociedade civil, como juventudes e povos tradicionais participam dos debates.
“O sucesso dessa nova relação depende da mobilização dos atores locais do mundo inteiro. O Governo de São Paulo foi um dos primeiros a se mobilizar e a implementar o que foi acordado em Paris, em 2019, e este evento é uma forma de luta para o bem comum”, disse Elizabeth Chouraki, do projeto “Marco Global pós-2020 de Biodiversidade, suporte da União Europeia.
“Um dos maiores desafios está na necessidade de coordenação entre os diferentes atores no território e na criação de um novo modelo de desenvolvimento econômico e de gestão pública que fogem ao que é normalmente praticado nesses ambientes. É uma mudança de cultura que exige um grande esforço de educação e engajamento de lideranças. Faltam investimentos para conseguirmos explorar o nosso potencial em Bioeconomia”, declara Henrique Luz, assessor técnico e coordenador da câmara temática de biodiversidade do CEBDS.
COP15 de Diversidade Biológica
A BIO2020 é uma preparação para a próxima COP15 da Convenção de Diversidade Biológica (CDB). A COP acontecerá na China, em outubro. Para isso, o evento resultou na Carta de São Paulo, com o compilado de suas discussões, que será levada à conferência.
Carta de São Paulo
Devido a importância da participação do Brasil no cenário mundial de biodiversidade, a Carta de São Paulo tem o objetivo de sugerir contribuições de apoio ao Secretariado da Convenção de Diversidade Biológica em sua tarefa de alcançar um acordo global voltado à natureza e às pessoas, que possa ser reconhecido pelos 196 países signatários da Convenção, incluindo o Brasil.
A Carta de São Paulo trata de um documento assinado pelos organizadores da BIO2020. Destaca instrumentos como a criação e a gestão de Áreas Protegidas e o uso de mecanismos inovadores como a aplicação imediata de compensação ambiental em ações de restauração ecológica, uso sustentável e à repartição de benefícios, divididos nas cinco temáticas que nortearão o evento e serão aprofundadas em suas sessões paralelas.
Empresas assumem compromisso pela biodiversidade
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) conta com o Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade. O documento, que já tem a adesão de 12 grandes empresas associadas ao CEBDS, e define nove metas até 2030 com foco em prevenção, mitigação, compensação e geração e compartilhamento de informações.
Já são signatárias do Compromisso: Anglo American, Bayer, Boticário, BRK Ambiental, Eletrobras, Equinor, Furnas, Natura, Philip Morris, Shell, Suzano e Votorantim Cimentos.
“O objetivo do Compromisso é ampliar o engajamento do setor empresarial brasileiro, buscando a adesão de outras empresas, sejam nossas associadas ou não. Esse compromisso é um marco importante que será levado a COP15 da Biodiversidade, em 2020, na China”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Com a adesão, os CEOs dessas grandes empresas inserem a conservação da biodiversidade nas suas estratégias de negócios e se comprometem, por exemplo, a mensurar seu impacto e dependência dos serviços ambientais.
A iniciativa faz parte de um movimento global que visa desenvolver ações para conter as altas taxas de extinção de espécies e restaurar os sistemas naturais vitais do planeta, o Business for Nature (Negócios para Natureza). O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, com mais de 20% do número total de espécies. Por sua posição, o país tem especial contribuição no cumprimento das metas nacionais e internacionais de proteção da biodiversidade.