CEBDS realiza Fórum Água 2016

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) promoveu hoje, em São Paulo, o Fórum Água 2016. O evento teve como objetivo debater os principais desafios enfrentados pelo setor empresarial na gestão dos recursos hídricos, além de estratégias de sucesso para superá-los.

Os painéis abordaram os seguintes temas: infraestrutura verde; reúso e redução de perdas na distribuição e o papel do setor financeiro para alavancar as soluções mais eficientes. “É urgente que soluções para controlar e mitigar os riscos hídricos sejam adotadas por um número cada vez maior de usuários. Em sintonia com as comemorações do Dia Mundial da Água, o Fórum Água promoveu uma série de discussões e reflexões para aprofundar o conhecimento sobre as diferentes soluções para o enfrentamento das questões da escassez e perda da qualidade da água, considerando também o aspecto financeiro e o papel dos investidores”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS.

A infraestrutura verde, ou infraestrutura natural, também é vista como uma das soluções que contribui para a conservação dos serviços ecossistêmicos, notadamente para o processo de recarga dos aquíferos e filtração da água, concorrendo para melhores condições de qualidade e disponibilidade nas bacias hidrográficas, ajudando, portanto, a reduzir os custos e riscos operacionais das empresas. “Iniciativas para diminuir o uso de água permeiam a nossa cadeia produtiva de ponta a ponta. Graças a esse trabalho intenso, já reduzimos o consumo do recurso hídrico em mais de 40,8% desde 2002, mas desde 2010 também atuamos na conservação de bacias em diversas cidades do Brasil”, afirmou Simone Veltri, gerente de relações socioambientais da Ambev.

Já as perdas na distribuição são um problema crônico no Brasil e representam cerca de 37% ao ano da água tratada. Essas perdas se devem não apenas a falhas na rede de distribuição, mas também a água não faturada, os chamados “gatos”. Neste sentido, investimentos em infraestrutura podem reduzir essas perdas gerando maiores receitas para as empresas, especialmente as do ramo de saneamento, como também contribuir para reduzir os riscos de desabastecimento.

“A Braskem em conjunto com a SANASA lançou o Movimento pela Redução de Perdas na Distribuição de Água, que visa combater a perda de água tratada ao longo dos sistemas de distribuição. Esta iniciativa está alinhada ao sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 6) – Água e saneamento básico: garantir a disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos. O desafio mais específico para este movimento ao qual a Rede Brasileira do Pacto Global se junta é cumprir a meta 4 deste objetivo 6, que estabelece o ano de 2030 como prazo para aumentar substancialmente a eficiência do uso da água”, afirmou Mario Pino, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Braskem. Além disso, destacou o percentual de reuso no ano passado da empresa “foi de 25,1% equivalente ao uso de 16,6 milhões de m³/ano de água de reúso, um consumo equivalente ao de uma cidade com cerca de 440 mil habitantes por ano, e pretendemos maximizar o uso de água de reuso para fins industriais, visando atingir 40% de índice de reuso até 2020”, relatou Pino.

O reúso hoje, vem contando cada vez mais com investimentos em infraestrutura por parte das empresas, pois contribuem para a redução da captação de água tratada, gerando economia e minimizando riscos durante a escassez tanto do ponto de vista operacional quanto do ponto de vista de conflitos com a sociedade. Porém ainda há uma grande carência de normas legais para incentivarem o reúso, assim como produtos financeiros que beneficiem empresas que investem nessa prática, falta também maior regulamentação sobre os diversos usos para essas águas, esses fatores são importantes para permitir o desenvolvimento de um mercado consolidado de água de reúso.

“É necessário criar uma política de Estado que incentive verdadeiramente o reúso de água. No Brasil, a atividade ainda não é regulamentada e tampouco há estabelecidos padrões de qualidade para serem seguidos. O que existem são apenas orientações e iniciativas em níveis estaduais e municipais que incentivam”, destacou Ruddi de Souza, diretor geral da Veolia Water Technologies.

As discussões contaram com a moderação da jornalista Flávia Oliveira, comentarista da Globonews e colunista do jornal O Globo. O evento também teve a presença do presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga; do gerente-geral de articulação e comunicação da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio Félix Domingues e da secretária adjunta de saneamento e recursos hídricos do estado de São Paulo, Monica Porto e contou com o patrocínio da Ambev, Brasken e Veolia.

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