“Diversidade e sustentabilidade devem andar juntas”, afirma presidente do CEBDS

Como as empresas vêm gerindo os impactos sociais de suas atividades produtivas e como podem atuar em rede para enfrentar juntas os desafios sociais? Estas foram as principais questões levantadas no Seminário Gestão Empresarial do Impacto Social, iniciativa da Câmara Temática de Impacto Social (CTSocial) do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), realizado nesta terça-feira (6), no Museu de Arte do Rio. A troca de experiências e a apresentação da publicação “Gestão Empresarial do Impacto Social” também marcaram o evento.

“Dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, 13 falam direta ou indiretamente de impacto social, tamanha a sua importância. A diversidade e a sustentabilidade devem andar juntas. Isso é bom para os negócios e o nosso desafio será ver a materialidade, pensar em como unir metas e processos e de que forma podemos trabalhar juntos”, enfatizou a presidente do CEBDS, Marina Grossi, em sua fala de abertura.

Cerca de 95 representantes de empresas associadas ao CEBDS acompanharam as discussões, divididas em dois momentos.

Desafios e oportunidades da gestão dos impactos sociais

No primeiro painel foram apresentados ações e projetos voltados para a redução das desigualdades e em prol da equidade de gênero e raça.

“É importante para uma empresa pensar ‘fora da caixa’, inovar, mas como fazer isso se todas as pessoas que fazem parte da sua organização têm a mesma origem social, raça, orientação sexual e identidade de gênero?”, questionou o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da GE e presidente da Câmara Temática de Comunicação do CEBDS, Serge Giacomo.

Para o gerente de Compras, Marketing e Retail da L’Oréal Brasil, José Miguel Guilhon, a ação em rede já é uma realidade. Ele apresentou o processo de implementação da ação “Sharing beauty with all” no Brasil, construída colaborativamente com a cadeia de fornecedores. A ideia é ampliar ações de capacitação e conscientização em torno do consumo sustentável, internalizando a sustentabilidade em todos os processos da empresa, da extração ao descarte.

O diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil, Pedro Massa, lembrou que as ações de responsabilidade social criam valor para as empresas. “Não dá mais para separarmos o impacto social dos negócios. O impacto social pode gerar valor para os negócios, é o que chamamos de ciclo virtuoso, e esse valor pode ser reinvestido”. Ele destacou ainda a relevância da construção colaborativa de indicadores sociais que reflitam as consequências das atividades produtivas nos territórios e apresentou as ações de inclusão racial que vêm sendo feitas na Coca-Cola. “Hoje 100% dos nossos jovens aprendizes são negros e quase 90% destes são mulheres, todos de baixa renda”, informou.

Odete Freitas, diretora de Sustentabilidade da Amil, expôs as diversas parcerias feitas com empresas, instituições e governos em ações de responsabilidade social. Ela apresentou também a campanha “Obesidade infantil não”, que impactou milhares de pessoas por meio de ações de comunicação. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, foi a mediadora do painel.

Experiências e diálogos multissetoriais

No segundo momento do Seminário, os palestrantes foram provocados a responder duas questões: quais os desafios que o seu setor enfrenta na gestão do impacto social? Como a sua empresa vem enfrentando tais desafios e quais as oportunidades que se colocam? Em seguida, o palco foi aberto para o público dar suas contribuições.

O gerente de Sustentabilidade da BASF, Emiliano Milano Graziano da Silva, destacou a estratégia de engajamento social da organização. “Os projetos sociais que desenvolvemos estão vinculados às metas da agenda de sustentabilidade da BASF, que dentre outros critérios, estabelece que pelo menos 100 mil pessoas sejam beneficiadas nas ações”, afirmou.

O assessor do Instituto EDP, Paulo Ramicelli, apresentou a atuação da empresa em uma comunidade de Vitória, capital capixaba, que possuía alto índice de ligações clandestinas de energia, os famosos “gatos”. “Nós identificamos os problemas sociais que atingiam aquele território. A partir desse mapeamento, foi possível desenvolver projetos que beneficiassem a população do local e diminuísse as perdas da companhia”, afirmou. Ele encerrou sua participação questionando os presentes: “Como podemos criar redes para soluções coletivas e que gerem valor compartilhado?”

Pedro Capanema Garcia, do Departamento de Responsabilidade Social e Projetos com a Sociedade da Eletrobras, destacou a ação realizada junto aos Kayapós no Alto Xingu, no âmbito do projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. “Foram feitas diversas ações de compensação às comunidades indígenas impactadas pelo empreendimento, sempre tendo a sustentabilidade como foco. Além disso, periodicamente reunimos as lideranças das comunidades para ouvir suas propostas e tomar decisões coletivamente, inclusive sobre a alocação de recursos para os projetos”, explicou.

Também participou do painel o gerente de Responsabilidade Social da Votorantim Cimentos e vice-presidente da CTSocial, Mariana Monteiro, que abordou a internalização das análises sociais nos processos decisórios da empresa. A mediação ficou por conta de Alda Campos, diretora da PARES.

O Seminário foi realizado com o patrocínio da Alcoa, Bradesco, Braskem e Itaú. Para conferir as apresentações dos palestrantes clique aqui.

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