Métricas de biodiversidade no foco das ações empresariais

A perda de biodiversidade é cada vez mais vista como um risco material para empresas — são US$ 44 trilhões por conta da degradação ambiental, o que representa 50% do PIB global. As empresas privadas terão papel fundamental na redução de impactos diretos sobre a biodiversidade e na melhoria de práticas para a manutenção da conservação por meio de salvaguarda de ecossistemas, espécies e diversidade genética. Mas como medir esse impacto?

Para discutir o tema, o CEBDS, em parceria com o CDP América Latina, organizou o workshop Métricas para a Mensuração de Impactos de Empresas Brasileiras sobre a Biodiversidade, nesta quinta-feira. No Workshop, foram apresentados o escopo do estudo e indicadores relacionados à biodiversidade a serem utilizados na avaliação das contribuições do setor empresarial para a manutenção da biodiversidade, trazendo discussões inspiradas pelo Marco Global Pós-2020 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 – Vida Terrestre (ODS 15).

Das 20 metas para a Biodiversidade estabelecidas em 2010 para serem cumpridas até este ano, nenhuma foi alcançada. A corrida agora é para atingir as metas do Marco Global pós-2020. 

A abertura do workshop foi feita pelo assessor técnico de Biodiversidade do CEBDS Henrique Luz, que fez uma apresentação geral da questão da biodiversidade no Brasil e mostrou como o tema deve ser tratado com urgência pelo setor privado. Em seguida, Rodrigo Cassola, do UNEP – WCMC (UN Environment World Conservation Monitoring Centre), elencou algumas formas de se mensurar estragos e ganhos com relação à biodiversidade.

“A biodiversidade é um conceito múltiplo e é muito difícil ter uma métrica única para medir o desempenho de uma empresa com relação à biodiversidade”, explicou ele. “Os números atuais são alarmantes: 25% das espécies do mundo todo estão ameaçadas em algum grau. Além disso, 1 milhão de espécies corre algum tipo de risco. É importante que as empresas consigam mensurar desempenho, para evitar ou monitorar riscos.”. 

Segundo Rodrigo, entre os próximos passos para 2021 estão a criação de criar guias para setores específicos; trabalhar no sentido de criar uma padronização para mensurar impactos e dependências; e como formalizar a contribuição para os processos da Convenção da Diversidade Biológica, na COP15.

Isabele Goulart, analista de florestas do CDP América Latina, fez uma análise de como as empresas associadas ao CEBDS vêm contribuindo para as metas globais de biodiversidade. Um questionário com 40 perguntas, distribuídas em dez grupos, foi disparado para as empresas que concordaram em participar do estudo. Entre as empresas participantes , 40% possuem ações de recuperação de áreas e biomas; 40% têm também áreas protegidas em suas áreas de atuação. E 40% fazem também levantamento de espécies ameaçadas ou endêmicas. A partir destes dados, serão traçadas metas para curto e médio prazos.

compartilhe:

Assine nossa newsletter

Informe seu e-mail e receba os nossos conteúdos. Respeitamos a privacidade das suas informações não compartilhando-as com ninguém.

Notícias relacionadas

Confira as notícias mais atuais e relevantes para ficar por dentro do que está em debate na agenda do Desenvolvimento Sustentável.

Publicações relacionadas

Quer se aprofundar ainda mais neste assunto? Confira aqui outras publicações relacionadas a esta mesma temática.

Eventos relacionados

Confira nossos próximos eventos relacionados a este tema e junte-se a nós para debater e compartilhar melhores práticas.

MASP - Av. Paulista, 1578, São Paulo (SP)