CEBDS reúne líderes empresariais em São Paulo para debater “O papel das empresas na Nova Economia”

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) realizou em São Paulo, no último dia 13, o Seminário “O papel das empresas na Nova Economia”, evento que marcou os 20 anos de atuação da instituição e trouxe ao debate, junto a líderes empresariais e governo, temas como a transição para uma economia de baixo carbono, 4ª. Revolução Industrial, economia colaborativa, e também a diversidade nas empresas.

A presidente do CEBDS, Marina Grossi, abriu o seminário em discurso sobre mudanças climáticas, tema que é transversal a todos os segmentos de negócios e que interfere na geopolítica. De acordo com a presidente da instituição, o Brasil tem muito a ganhar ao definir uma agenda de sustentabilidade. “Isso é construir um caminho saudável e factível para sair da crise econômica. É preciso fazer diferente para termos um resultado diferente. Estamos lutando muito para que a redução das emissões de carbono seja vista como uma vantagem competitiva para o país”, comentou.

No primeiro painel participaram o Diretor de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Vale, Alberto Ninio, o presidente da Mercur, Jorge Hoelzel Neto, e o diretor de valor compartilhado da Coca-Cola Brasil,  Pedro Massa. O papel do consumidor também foi colocado em questão. Para Pedro Massa é preciso enxergar que o cidadão e o consumidor são a mesma pessoa. “A iniciativa privada não pode mais fazer negócio com a “velha economia”. Ela deve assumir o papel de liderar essa mudança e não esperar que o consumidor peça isso e mude o padrão de consumo”, explicou o representante da Coca-Cola Brasil.

Por meio de painéis simultâneos, o seminário incentivou o debate sobre economia de baixo carbono. O diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, e Luísa Santiago, da Fundação Ellen MacArthur, enumeraram as convergências com a economia circular, pensando na redução de desperdícios e propondo um novo olhar para a produção de recursos naturais, para novas matérias-primas.

A transição inclusiva da economia de baixo carbono, com foco na inclusão de pessoas de todos os gêneros e raças, tanto nas empresas quanto na ponta dos negócios – clientes ou consumidores – também foi pauta do evento.  “Hoje, nós mulheres não somos nem 10% das sócias da KPMG, e precisamos pensar em uma agenda global. Nossa visão de inclusão também inclui o protocolo com fornecedores, com valores que agreguem, trabalhando em conjunto com empresas, trocando experiências, trabalhando com advocacy mais proativamente”, afirmou a sócia da KPMG no Brasil, Marcelle Mayume Komukai. Durante o painel, foi lançado o Guia do CEO para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que é destinado a impulsionar o envolvimento dos líderes empresariais globais com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A publicação define ações claras que CEOs podem tomar para alinhar suas organizações com os ODS e traçar um curso para desbloquear o valor que eles representam.

Em outra perspectiva, o coordenador geral do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Ministério da Fazenda, Aloisio Lopes Pereira de Melo, falou sobre financiamento da nova economia, sobretudo, a regulamentação da precificação de carbono no Brasil. De acordo com ele, “a incorporação da precificação de carbono à estrutura de clima é uma tendência que ocorrerá naturalmente”. O coordenador comentou sobre o programa RenovaBio, que é um exemplo de mecanismo que pode ser adotado.

Prêmio CEBDS de Liderança Feminina

Com o objetivo de reconhecer e valorizar as mulheres que estão trabalhando para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas empresas associadas, o CEBDS apresentou as três ganhadoras da primeira edição do Prêmio CEBDS de Liderança Feminina. As vendedoras foram Bruna da Silva, a coordenadora de responsabilidade social da Votorantim Metais, Patrícia Molino, sócia e líder de People & Change da KPMG  e Tânia Cosentinopresidente para a América do Sul Schneider Electric.

O Prêmio reconheceu as três mulheres por suas realizações para o avanço nos objetivos propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Esse Prêmio é uma oportunidade fundamental para reconhecer as muitas mulheres líderes que trabalham pelo avanço dos ODS junto às empresas associadas ao CEBDS”, aponta a presidente do CEBDS, Marina Grossi. A presidente do CEBDS também acrescenta que o Prêmio foi uma forma de ampliar o alcance do ODS 5, que tem como meta alcançar a igualdade de gênero e capacitar todas as mulheres e meninas até 2030.

4ª Revolução Industrial – como se preparar para esta nova realidade?

O último painel teve a 4ª. Revolução Industrial como cenário, com enfoque na inteligência artificial. A executiva de Alianças Educacionais e Universidades da IBM Brasil, Alcely Strutz Barroso, disse que é preciso interagir com as máquinas. “Não vamos fazer nada sozinhos, o mundo que está por vir precisa ser colaborativo. A inteligência artificial busca a intenção da pessoa. Queremos ir às escolas com a ciência da computação para mostrar como ela pode ser um facilitador na vida das pessoas”, revelou.

Já a vice-presidente Jurídica e de Assuntos Corporativos da Microsoft, Alessandra Del Debbio, ressaltou que máquinas não substituem o ser humano. “As pessoas têm criatividade, empatia, nada substitui nossas características naturais. A intenção do inventor é o que vale, está em nossas mãos. Temos de pensar em como aproveitar esse acesso crescente à tecnologia e esses recursos para melhorar nossas vidas, encontrar a cura de doenças como o câncer, por exemplo. Todo momento que antecede uma grande mudança gera ansiedade, medo, por isso é importante a regulação”, enfatizou.

Na sequência, o pesquisador e professor de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira, também defendeu a necessidade de cuidar do ambiente regulatório para a inteligência artificial e disse que conforto e crescimento não coexistem. “A criatividade precisa ser incentivada, permitindo não só o crescimento de uma pessoa, mas de todo um grupo. Na minha visão, temos de ter a capacidade de identificar problemas e encontrar as soluções, sempre com muita resiliência. A academia está fincada no tripé ensino, pesquisa e extensão. Falta ainda que o eixo inovação atravesse esse tripé para se fortalecer para a 4ª Revolução Industrial”, opinou.

O evento teve o patrocínio do Itaú, Braskem, Fibria, Shell e Vale.

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