Em evento do CEBDS na Climate Week Nova York nesta sexta-feira, representantes do setor privado e de organizações civis apontam soluções econômicas baseadas na natureza para desenvolver bioma
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2019 – O enorme potencial financeiro da bioeconomia na Amazônia em contraste à percepção negativa da imagem do Brasil no exterior e seu impacto direto no desenvolvimento de negócios e de projetos fundamentais para o país ficaram em evidência no evento How is the Business Sector Supporting the Amazon? (Como o setor empresarial está apoiando a Amazônia?), realizado pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) na manhã desta sexta-feira (25), dentro da programação da Semana do Clima de Nova York (Climate Week NY – The Group).
No painel, que contou com a participação de porta-vozes das empresas e de organizações civis, a presidente do CEBDS, Marina Grossi, destacou a liderança do setor privado brasileiro na defesa da agenda do desenvolvimento sustentável, com ênfase no combate ao desmatamento ilegal especialmente na Amazônia. “Sabemos que 95% do desmatamento é ilegal. Então, é preciso reconhecer e agir para enfrentar esse problema. É preciso segurança jurídica para atrair investimentos”, afirmou ela, que fez a moderação do painel. O CEBDS também propõe a criação de um mercado nacional de carbono e a ampliação de ferramentas de rastreabilidade no agronegócio brasileiro.
De acordo com Tasso Azevedo, coordenador geral do Map Biomas, é possível identificar o responsável em 75% dos casos de desmatamento. “Este é um problema que se concentra em menos de 1% das grandes propriedades”, observou Azevedo, destacando a importância do bioma para o regime de chuvas do país e seu impacto no funcionamento no sistema elétrico brasileiro, que ainda depende muito das hidrelétricas. Nesse sentido, alertou André Guimarães, co facilitador da Coalizão e diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), há riscos também na produção agrícola brasileira também no Cerrado. “Tem que parar o desmatamento ilegal agora. O que está por trás do movimento empresarial são consumidores, famílias, pequenos investidores mais conscientes que demandam produtos e serviços mais sustentáveis, proteção à floresta”, disse Guimarães.
Presente na Amazônia há mais de 20 anos, a Natura tem uma experiência particular no desenvolvimento de biosoluções para os negócios a partir deste bioma. Para a gerente de Sustentabilidade da Natura Global, Luciana Villa Nova, é preciso conhecer e respeitar as peculiaridades das comunidades locais. “É necessário buscar todo o tempo o diálogo e cooperação com aqueles vivem e conhecem a Amazônia. As soluções baseadas na natureza são o caminho para o futuro da economia”, disse a executiva da Natura.
Diretora de engajamento para a América Latina da Bayer, Alessandra Fajardo, destacou o uso da tecnologia como instrumento para buscar o aumento a produção, sem ampliar a área agrícola e reduzindo o impacto ambiental. “Hoje, há tecnologia disponível para produzir mais sem aumentar a área agrícola”, destacou. Já a Superintendente de Sustentabilidade da Santander, Karine Bueno, enfatizou a iniciativa dos bancos no desenvolvimento de produtos financeiros que possam alavancar a agenda de negócios de baixo carbono. “É preciso reconhecer que a questão é desafiadora e que devemos agir conjuntamente”, disse Karine.
SOBRE O CEBDS
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes. Mais informações: https://cebds.org/
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