A presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, é a nova integrante do comitê de direção do Carbon Price Leadership Coalition (CPLC), uma organização internacional que reúne líderes do governo, setor privado, academia e a sociedade civil para expandir globalmente o uso de políticas de precificação de carbono. O convite partiu da Ministra do Meio Ambiente do Canadá, Catherine McKenna, que preside a organização. Atualmente, o comitê de direção do CPLC tem apenas seis membros e Marina é a única brasileira.
Marina Grossi foi negociadora do Brasil na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima entre 1997 a 2001, coordenou o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas entre 2001 e 2003 e também participou das negociações do Protocolo de Kyoto. Sua nomeação para o restrito comitê de direção do CLPC aconteceu durante a assembleia da alta liderança, em Washington, na última quarta-feira (19), quando foram anunciadas a redução do tamanho do comitê e os nomes dos novos membros. Há representantes da Colômbia, México, Turquia, Bélgica e Malásia. O evento promoveu um diálogo sobre estratégias de comunicação de oportunidades e benefícios da precificação de carbono para diferentes regiões e segmentos de negócios. Um dos desafios da organização é conquistar a adesão de segmentos industriais que consomem altos índices de energia.
“A participação do Brasil nesse importante comitê, que define as diretrizes mundiais na questão relativa ao carbono, é uma clara demonstração da importância do País nessas discussões e do envolvimento da indústria privada brasileira na regulamentação deste mercado”, afirmou Marina.
Além dos inúmeros desafios pela frente, o número de empresas que passaram a adotar a precificação de carbono como medida compensatória para suas emissões cresceu 11% desde 2016. No Brasil, por meio de uma iniciativa do CEBDS, 24 CEOs de grandes empresas assinaram no ano passado uma carta de declaração de apoio à implementação da precificação de carbono. O objetivo do CEBDS é fazer com que o mecanismo seja ferramenta da estratégia brasileira de redução das emissões de gases de efeito estufa para cumprimento do Acordo de Paris.
A carta tem apoio do CPLC e foi elaborada em parceria com Business Climate Initiative. O documento declara que os mecanismos de precificação de carbono devem impulsionar os investimentos, assegurar a competitividade das empresas e incentivar a inovação tecnológica de baixa emissão no Brasil. “Estamos usando essa carta para engajar importantes atores nacionais, como a alta liderança do Ministério da Fazenda e do Banco Central”, conta Marina Grossi.