Representantes de mais de 160 das principais organizações do mundo, abrangendo negócios, finanças, contabilidade, academia e política, se reuniram na última semana, em Londres, para celebrar o lançamento do primeiro protocolo mundial de Capital Natural. O Protocolo foi elaborado pela Natural Capital Coalition, uma coalizão que tem como um de seus fundadores o World Business Council for Sustainable Development, e que hoje compreende cerca de 200 instituições.
Na ocasião, foram selecionadas algumas empresas globais para apresentar seus cases de aplicação do Protocolo, dentre elas a brasileira Natura. A empresa, pela primeira vez, compartilhou os números dos seus impactos de capital natural, que representam cerca de R$ 132 milhões, aproximadamente 2% da sua receita anual, sendo que a fase de utilização pelo consumidor pode representar três vezes isso. Além da Natura, outras empresas brasileiras se envolveram em testes do Protocolo, como Eletrobrás, Renova Energia, CPFL, Votorantim e Amaggi.
O Protocolo de Capital Natural é um framework (padronização) desenvolvido para ajudar os negócios a gerarem informações confiáveis e práticas que possam ser usadas no processo de tomada de decisão das empresas, inserindo o capital natural como parte do contexto produtivo. Até então, o capital natural vinha sendo excluído da tomada de decisão e, quando incluído, acontecida de modo inconsistente, aberto à interpretação, ou limitado por argumentos morais. O Protocolo responde ao oferecer uma estrutura padronizada para identificar e medir os impactos de valor e dependências do capital natural. Se adotado em escala, o Protocolo de Capital Natural tem o potencial de mudar a maneira das empresas avaliarem suas operações e tomarem decisões, ajudando a reduzir a poluição, proteger a biodiversidade, e limitar os impactos das mudanças climáticas, com resultados positivos para os negócios.
De acordo com um relatório encomendado pela Natural Capital Coalition, em 2013, a metade de todos os lucros das empresas existentes estaria em risco se os custos associados ao capital natural fossem internalizados através de mecanismos de mercado, regulamentação ou fiscalidade. A escassez de água, por exemplo, teria um impacto catastrófico sobre 40% das empresas Fortune 100.
No Brasil
O CEBDS acompanhou e participou de todo o processo de elaboração do Protocolo junto à Natural Capital Coalition e ao World Business Council for Sustainable Development. Para dar continuidade e auxiliar os associados que queiram pensar estrategicamente sobre o capital natural e a implementação do Protocolo, a partir do ano que vem, o CEBDS dará continuidade à Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmico (PESE), que capacitará empresas e técnicos para o uso do Protocolo de Capital Natural no Brasil.
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