CEBDS reúne informações de 13 grandes empresas que definiram metas até 2030 e inseriram a conservação da biodiversidade em suas estratégias de negócios
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2020 – O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lança hoje uma plataforma online que reúne e monitora ações e metas do setor privado para questões relacionadas ao tema, além de estudos de caso, metodologias e melhores práticas. A plataforma faz parte da Iniciativa Brasileira de Negócios e Biodiversidade, com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Life. “A biodiversidade é considerada hoje um ativo extremamente estratégico, inclusive do ponto de vista financeiro, para a sustentabilidade dos negócios”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS, lembrando que hoje é o Dia Mundial da Biodiversidade.
Neste primeiro momento, a plataforma reúne informações de 13 grandes empresas (Anglo American, Bayer, Boticário, BRK Ambiental, Eletrobras, Equinor, Furnas, Natura, Philip Morris, Shell, Suzano, Vale e Votorantim Cimentos), que aderiram ao Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade, definindo metas até 2030 e inseriram a conservação da biodiversidade em suas estratégias de negócios.
“A adesão ao Compromisso e a definição de metas representam um passo fundamental, mas não é suficiente. Esse processo somente terá valor na medida em que as empresas passarem a mostrar o que elas já fazem para a conservação da biodiversidade e qual o planejamento delas para a próxima década”, explica Henrique Luz, coordenador da Câmara Temática de Biodiversidade do CEBDS. Por meio da plataforma, será possível acompanhar e dar visibilidade ao processo de cumprimento das metas definidas por essas empresas dentro do compromisso, seja com informações relacionadas à mensuração do impacto das suas atividades ou sobre a dependência delas em relação aos serviços ambientais.
Essa iniciativa junta-se a um movimento global de cerca de 400 empresas com visão de futuro que entendem que a prosperidade econômica global depende de um mundo natural saudável e já está assumindo compromissos e agindo na conservação e recuperação da biodiversidade. A Business for Nature está ampliando esse movimento, demonstrando a amplitude e a profundidade da ambição e ação dos negócios existentes. Líderes mundiais têm uma oportunidade única em 2020 de estabelecer um acordo internacional para reverter a perda de biodiversidade, como o Acordo de Paris de 2015 foi para as mudanças climáticas. O objetivo é levar uma voz do setor privado às negociações, incentivando os governos a adotar um novo acordo mais ambicioso para o marco global, pós-2020, que será firmado na COP da Biodiversidade, no início de 2021, na China.
“Business for Nature é uma coalizão global que reúne organizações influentes e empresas com visão de futuro. Juntos, demonstramos as ações e ampliamos a poderosa voz dos negócios chamando os governos a reverter as perdas da natureza. Cerca de 400 empresas da comunidade Business for Nature já assumiram esse compromisso. Ao fazer isso, elas estão respondendo aos riscos reais e significativos que representam para economias, comunidades e meios de subsistência. Mas precisamos que as empresas dimensionem e acelerem urgentemente os esforços e exijam políticas ambiciosas para enfrentar as emergências interconectadas da natureza, clima e pessoas, de forma conjunta. Devemos sair dessa crise com comunidades mais resilientes e um planeta mais saudável”, disse Eva Zabey, diretora executiva da Business for Nature.
O valor da floresta em pé
“O mais interessante neste contexto é que as empresas percebem que não se trata apenas da importância da preservação, mitigação e compensação ambientais para a conter as mudanças climáticas. Há um elevado potencial econômico já dimensionado da floresta em pé”, reforça a presidente do CEBDS.
Estudo recente – publicado ano passado pela revista Perspectives in Ecology and Conservation e endossado por mais de 407 cientistas brasileiros, de 79 instituições de pesquisa – apontou que os 270 milhões de hectares de vegetação nativa preservados em propriedades rurais – entre áreas desprotegidas e de Reserva Legal – rendem ao Brasil R$ 6 trilhões ao ano em serviços ecossistêmicos, como polinização, controle de pragas, segurança hídrica, produção de chuvas e qualidade do solo. Os serviços oferecidos pelos sistemas naturais têm impacto na segurança alimentar, energética e hídrica; na produtividade da cadeia agrícola e servem de estoque e sumidouro para o carbono.
O Brasil detém 20% da biodiversidade global, a maior do planeta. “Aliar este enorme ativo com a tecnologia, agregando valor à economia, é o que pode colocar o Brasil numa posição de destaque na nova economia”, ressalta Marina, destacando o potencial da floresta amazônica. Relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos sobre restauração de paisagens aponta que um hectare de floresta em pé na Amazônia, por exemplo, gera em média R$ 3,5 mil por ano e no cerrado em torno de R$ 2,3 mil por ano. Em sistemas agroflorestais esse rendimento pode chegar a mais de R$ 12 mil anuais. Já o mesmo hectare desmatado para a pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por ano. Se usado para soja, o valor seria de R$ 500 a R$ 1 mil por ano.
SOBRE O CEBDS
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes. Mais informações: https://cebds.org/.
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