O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou nesta quarta-feira (21/5) o Manual de Compras Sustentáveis, projeto realizado com consultoria da EY (antiga Ernst & Young) e com a colaboração de 21 grandes empresas ativas no tema da sustentabilidade. O material tem o objetivo de orientar e conscientizar as empresas sobre as melhores práticas socioambientais para o processo de compra na cadeia de fornecedores.
Marina Grossi, presidente do CEBDS, destacou que o manual evidencia aos empresários a necessidade de adoção de uma visão sistêmica do processo de compras e uma comunicação mais transparente com as áreas internas da empresa e com fornecedores e clientes. “O desenvolvimento do manual vem contribuir para área de compras das empresas e como devem fazê-las de maneira sustentável. Entendemos que os profissionais da área de compras terão uma importante ferramenta em mãos”, afirmou.
O guia inédito traz os passos e métodos para uma estratégia de compras sustentável nos negócios. Os critérios vão desde uma análise que valorize empresas da cadeia que se destacam no tema sustentabilidade até o acompanhamento e capacitação desses fornecedores. “Cada empresa pode utilizar o manual como um guia para o seu processo de compras e adaptá-lo da melhor maneira ao seu negócio”, completou Marina.
A organização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, desenvolveu um projeto piloto de sustentabilidade para toda a cadeia de suprimentos e João Saravia apresentou os primeiros resultados da aplicação de todo o racional proposto no Manual. “O CEBDS entendeu a necessidade existente no mercado e o guia traz informações relevantes. Após a utilização, verificamos que, no caso da Rio 2016, nosso processo, inclusive no que diz respeito a inclusão de sustentabilidade, está dentro das melhores práticas de mercado”, afirmou João Saravia.
Mário Lima, da EY, afirmou que o manual traz para as empresas o que há de mais robusto no assunto, uma demanda que já aparece na pauta de muitas companhias. “Nosso maior desafio é mostrar que o processo tradicional de compras baseado em critérios comerciais e no menor preço pode se comunicar com aspectos de sustentabilidade”, afirma. A ideia foi construir um guia com uma linguagem clara e que mostra como uma cadeia de compras sustentável traz maior ganho de imagem, diminuição de riscos e, consequentemente, maior eficiência operacional.
O Manual traz um plano de ação que diz exatamente o que o comprador deve fazer, com práticas coerentes com o seu negócio e dentro dos processos operacionais das companhias. “A economia a médio e longo prazo é visível: fornecedores mais sustentáveis geram menos riscos e uma cadeia mais confiável”, afirmou Lima.
A criação do Manual de Compras Sustentáveis foi feita de forma colaborativa pelos participantes. A ferramenta responde às necessidades das diferentes áreas envolvidas (comprador, área solicitante e aprovadores) de buscar um consenso para a decisão de seleção de fornecedor, nem sempre baseada em critérios comerciais.
Dentre os participantes estão: Allianz, AngloAmerican, Braskem, Casa da Moeda do Brasil, Coca-Cola, Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos – Rio2016, Dow, Ecofrotas e Ecobenefícios, Florestas Inteligentes, Fundação Konrad Adenauer Stiftung, Furnas, GE, Grupo Abril, Grupo BB e Mapfre, Grupo Boticário, Itaú Unibanco, L’Oréal, Panasonic, Petrobras, Renova Energia e Siemens.