Setor Empresarial debate combate ao desmatamento em painel liderado pelo CEBDS na Climate Week

“Para enfrentar o problema do desmatamento no Brasil, é necessária a articulação entre o setor privado, o poder público, a academia e a disponibilização de dados com qualidade”, afirmou Juliana Lopes, Diretora de ESG, Comunicação e Conformidade da Amaggi no painel “How are Brazilian agri food companies fighting deforestation in their value chains?”. O evento, parte da programação do CEBDS durante a Climate Week NYC, foi realizado no último dia 23 em parceria com a Imaflora, a Nutrien e a Amaggi e contou com a participação do professor adjunto e pesquisador da UFMG, Raoni Rajão e com mediação de Luana Maia, Diretora de Operações e Planejamento Estratégico do CEBDS.

Na ocasião, foram apresentados e discutidos os resultados preliminares do estudo “Agri-food chains and the challenges of eliminating deforestation: actors, regulations, strategies, and interactions”, uma parceria entre o CEBDS com a Imaflora, com suporte da Nutrien. O resultado será apresentado na COP27, em novembro, no Egito. 

Ao apresentar o estudo, Isabel Drigo, Gerente de Clima, Ciência de Dados, Gestão de Conhecimento e Advocacy na Imaflora, reforçou que o desmatamento no Brasil deve ser combatido em todo o território nacional, em todos os biomas. “Para acabar com essa prática há muitos desafios, como buscar soluções que atendam tanto as grandes quanto as médias e pequenas empresas, alcançar fornecedores indiretos e o fortalecimento de políticas públicas para lutar contra a ilegalidade”, destacou. “Novas regulações e tendências de maior controle da cadeia de suprimentos irão demandar mudanças na maneira como países, empresas e sociedade civil interagem para buscar soluções para esses desafios”, afirmou.

Para Catharina Pires, Head de Assuntos Corporativos Latam da Nutrien, embora tenha havido avanço nas últimas décadas com relação ao combate ao desmatamento, é preciso ir além. “Esse estudo é importante para que novas empresas possam conhecer os cases de sucesso do setor no Brasil e se inspirar nessas iniciativas. Mas além de ter essa base para elaborar projetos próprios, é importante pensar soluções para criar alianças na cadeia agro e incluir pequenos e médios produtores nessa jornada sustentável. Agricultura inclusiva é um dos nossos valores e acreditamos que o elo entre varejo e distribuição na cadeia agrícola, por exemplo, pode desempenhar um papel importante para o avanço de uma cultura sustentável”, explicou Catharina. 

Já o professor Raoni Rajão chamou a atenção para o desafio de formular soluções que atendam a todo o setor e não apenas uma empresa ou um grupo de empresas. “É possível ver claramente as organizações que estão realmente avançando no combate ao desmatamento e como elas estão implementando soluções para monitorar seus fornecedores diretos, mas a cadeia de valor é muito mais complexa. Por isso é crucial enfatizar a necessidade de infraestruturas governamentais de informação que deem transparência para todo o setor, para que decisões possam ser tomadas”, pontuou.

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