Marco é um novo acordo global para a conservação da biodiversidade que define metas até 2030; se não acompanhar a agenda mundial, Brasil corre o risco de perder milhões de espécies nas próximas décadas, segundo o documento
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2021 – O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a Fundação Brasileira Para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) lançam o Relatório “O engajamento do Brasil nas negociações da COP-15 de biodiversidade”. Elaborado a muitas mãos, o relatório é fruto de um encontro das lideranças das duas instituições com a Academia, o setor empresarial, a sociedade civil organizada e o Itamaraty. O objetivo é contribuir com as negociações brasileiras na aprovação do novo Marco Global para Biodiversidade Pós-2020. O Marco é um novo acordo global para a conservação da biodiversidade que define Metas de Ação a serem alcançados até 2030 e apresenta objetivos para alcançar a Visão de Biodiversidade para 2050.
De acordo com CEBDS e FBDS, o Brasil tem um dos papéis mais relevantes nessa discussão, por ser uma potência que abriga a maior biodiversidade do planeta, com mais de 20% do número total de espécies. Com o Relatório, as entidades procuram colaborar para o bom andamento das negociações oficiais e eventos paralelos que ocorrerão na próxima conferência das partes na China em maio de 2021. Trata-se de uma das mais importantes discussões globais da atualidade.
“É imprescindível que o Brasil apoie fortemente essa nova e ambiciosa agenda global para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Caso contrário, corremos o risco de perder milhões de espécies nas próximas décadas. Também está em risco a imagem ambiental do Brasil e a visão de sustentabilidade de sua agricultura e indústria, além de perspectivas futuras de investimento internacional na economia brasileira e acesso de produtos brasileiros aos mercados externos”, diz Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Na opinião de Israel Klabin, presidente da FBDS, o novo acordo precisa reconhecer as assimetrias globais na distribuição da biodiversidade, concentradas nos trópicos e subtrópicos, e os requisitos assimétricos de uso da terra e da água para atender às necessidades de cada sociedade por infraestrutura, produção de alimentos e energia, crescimento econômico, promoção da saúde, erradicação da pobreza e da fome e para permitir a realização do potencial de bioeconomia de cada país.
Principais caminhos apontados pelo Relatório:
1. Fortalecer ao mesmo tempo os três objetivos da CBD: conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios oriundos da biodiversidade; 2. Definir claramente o que será tratado como “perda líquida zero” de biodiversidade e como essa medida será calculada para então negociar ou decidir sobre as metas relacionadas; 3. Negociar metas de conservação de áreas que reflitam também a diversidade dos ecossistemas e não sejam focadas apenas no número absoluto de área protegida (i.e., quantos km2 ou hectares); 4. Elaborar metas que reflitam a relação intrínseca entre espécies e serviços ecossistêmicos. Por exemplo, propor a redução a zero do atual déficit de polinização até 2050 para as plantas cultivadas (e plantas extrativas) e, até 2030, para as plantas mais importantes para a segurança alimentar. Isso asseguraria o alcance da produtividade potencial de cada variedade cultivada; 5. Propor uma nova meta de ação para 2030: “Até 2025, todos os regulamentos, políticas, acordos administrativos, instrumentos de capacitação e monitoramento necessários estarão em vigor em todos os países para implementar efetivamente as regras de ABS consistentes com a CDB e, conforme apropriado, as disposições do Protocolo de Nagoya e o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura para facilitar a transferência de recursos genéticos e o conhecimento tradicional associado e promover a repartição de benefícios, de modo a alcançar até 2030 um aumento anual de pelo menos 10%.”; 6. Propor a criação um mecanismo de Pagamento Global por Serviços Ecossistêmicos com um orçamento de pelo menos US$ 10 bilhões por ano. |
Sobre o CEBDS
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997, reúne cerca de 60 dos maiores grupos empresariais do país, responsáveis por mais de 1 milhão de empregos diretos. Representa no Brasil a rede do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que conta com quase 60 conselhos nacionais e regionais em 36 países e de 22 setores industriais, além de 200 grupos empresariais que atuam em todos os continentes. Mais informações: https://cebds.org/
Sobre a FBDS
A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) é uma entidade sem fins lucrativos desenha pensa e estrutura projetos e parcerias no tema do desenvolvimento sustentável, por meio de uma estrutura que concilia a fronteira do conhecimento com capacidade gerencial. Mescla sólida experiência corporativa com forte conhecimento técnico-científico em sua equipe e conselho curador. Foi fundada em 1992 e traz para a temática do desenvolvimento sustentável o olhar de uma entidade que não só acompanhou a evolução do tema, como também participou de forma relevante de momentos decisivos desta trajetória. Mais informações: https://www.fbds.org.br/
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