Em encontro com empresários do CEBDS, ministra Marina Silva debate projetos prioritários para o país

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentou as prioridades de sua gestão e debateu propostas que se relacionam com o setor empresarial brasileiro na última terça-feira, 14 de fevereiro, em um encontro com 29 CEOs de grandes companhias com atuação no Brasil. A reunião foi promovida pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).

“Apesar de todos os avanços, ainda temos um déficit de implementação do governo e das empresas”, afirmou a ministra, em referência às mudanças climáticas e às ações que já foram adotadas e que ainda precisam ser postas em prática para enfrentar essa crise global.

Marina Silva participou do Conselho de Líderes do CEBDS, fórum que reúne as mais altas lideranças das empresas associadas à entidade e que discute temas estratégicos para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Na reunião, o setor produtivo e a ministra debateram possibilidades de atuação conjunta.

“Vamos fazer algo que já fizemos no passado: transformar boas ideias em políticas públicas. A ciência diz uma série de coisas que os políticos colocam na prateleira; e as empresas têm uma série de experiências que dão certo para elas e podem dar certo no serviço público, em alguma medida, assim como tem muita coisa no serviço público que dá certo nas empresas”, destacou Marina Silva.

Um dos temas abordados foi a criação de um mercado regulado de carbono no Brasil. Para ela, esse mecanismo pode atrair investimentos e gerar empregos com a floresta em pé. O tema é uma bandeira do setor empresarial e vem sendo defendido pelo CEBDS desde 2016. O Congresso vem debatendo o tema nos últimos anos, com a análise de projetos de lei tanto na Câmara quanto no Senado.

“O nosso compromisso é de colocar de pé esse instrumento [mercado regulado de carbono]. Ele é importante porque traz a possibilidade de investimentos, contribuindo para a criação de empregos e a manutenção da floresta em pé. Mas compreendemos que ele não é o único [instrumento] e que não vai resolver tudo.”

Marina Silva ressaltou ainda os projetos no Congresso relacionados ao tema e disse que “o governo vai se somar a esses esforços, para que tenhamos a melhor regulação possível”. Segundo a ministra, o grande desafio para o Brasil é dar credibilidade aos créditos de carbono. “O gargalo está na regulação. Nós precisamos de uma regulamentação à altura dos desafios globais.”

A criação de um mercado regulado de carbono brasileiro tem apoio das empresas lideradas pelo CEBDS, que veem no mecanismo uma pauta atraente e estratégica. O Brasil é um dos países com maior potencial de venda de créditos, podendo gerar receitas líquidas de até US$ 72 bilhões até 2030, segundo o Environmental Defense Fund – dinheiro que poderá estimular a inovação no setor produtivo e financiar a transição para uma economia verde competitiva e inclusiva. Saiba mais aqui.

Marina Silva destacou também aos CEOs a criação do Conselho Nacional de Mudança Climática, com a participação do governo, da comunidade científica e dos diferentes segmentos da sociedade, incluindo o setor produtivo. “Considerando que o governo e as empresas têm o maior peso no processo de implementação, faz sentido ter a representação das empresas.”

A presidente do CEBDS, Marina Grossi, também pontuou na reunião a importância de governo e empresas integrarem esforços para a promoção do desenvolvimento sustentável. “Saudamos a criação do Conselho Nacional sobre Mudança do Clima e reforçamos a importância da representatividade e participação do setor empresarial brasileiro nesse importante fórum, juntamente aos ministérios do governo federal, à sociedade e aos governos subnacionais. O CEBDS, por sua longa trajetória no tema, se coloca à disposição para contribuir com esse trabalho.”

Na reunião, a ministra também debateu estratégias para o avanço do saneamento básico e da transição energética, dois temas que fazem parte das propostas do setor empresarial para o governo.

Estiveram presentes na reunião 29 CEOs, representando empresas de diversos setores, como agronegócio, tecnologia, saneamento, energia, logística, mineração, consultoria, petroquímico, transporte, engenharia, indústria de base, alimentos, cosméticos e eletroeletrônica. O encontro também teve como convidado Joaquim Levy, diretor de estratégia econômica e relações com mercados do banco Safra, além de ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES. Levy é observador do Conselho de Líderes do CEBDS.

 

 

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