Workshop promovido pelo Secretariado da Convenção da Diversidade Biológica, em parceria com CEBDS, CNI e Instituto LIFE, reuniu especialistas de quatro países, em Belém, nos dias 4 e 5/9
Com o objetivo de reunir poder público, empresas e sociedade civil para discutir como aliar desenvolvimento econômico e conservação e uso sustentável da natureza, com foco em estratégias para superar as lacunas ainda existentes na implementação do novo Marco Global da Biodiversidade, diversas organizações participaram do “Workshop de Negócios e Biodiversidade”.
O encontro ocorreu em Belém, nos dias 4 e 5 de setembro, e foi promovido pelo Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) , em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto LIFE, como parte da Iniciativa Brasileira de Negócios e Biodiversidade (IBNBIO). O evento também teve apoio da Vale e da Natura & Co.
O workshop integrou a programação do encontro anual da Plataforma Global de Negócios e Biodiversidade da CBD, que reúne iniciativas para promover um maior engajamento dos negócios com a agenda da biodiversidade.
Na ocasião, representantes de diferentes setores discutiram a importância da integração da biodiversidade em toda a cadeia de valor, trazendo alguns casos de negócios bem-sucedidos ligados à bioeconomia, bem como o papel do setor privado para a implementação do novo Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal.

Foram debatidos temas como a importância da atuação multistakeholder para construção das metas nacionais ligadas ao novo marco global, bem como para implementação de ações de conservação e restauração; métricas para divulgação de impactos e dependências para a biodiversidade, incentivos para conservação da natureza e uso sustentável dos recursos naturais, entre outros.
O workshop oportunizou o início de um processo de construção de recomendações do setor privado para serem entregues à CDB para apoiar os governos e as empresas na implementação do Marco Global. O documento está sendo elaborado e contará com considerações dos integrantes da plataforma global. Posteriormente, será divulgado no site da CDB e fará parte do rol de documentos de recomendações sobre o novo marco para a COP16.
O encontro contou com a presença do setor privado, do governo – na presença do Diretor de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, Bráulio Dias, representando o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática – e da CDB, contando com a participação da GIZ Mesoamérica, Costa Rica; ASEAN Centre for Biodiversity (Associação das Nações do Sudoeste Asiático – Centro de Biodiversidade) e Japan Business Initiative for Biodiversity (Iniciativa Empresarial do Japão para a Biodiversidade).
Para ilustrar o debate sobre bioeconomia e integralidade da biodiversidade na cadeia de valor, foi organizada pela Natura & Co, no dia 2 de setembro, uma atividade técnica na Cofruta, que proporcionou uma visita à floresta Amazônica e o compartilhamento do saber tradicional da comunidade extrativista e das experiências do cooperativismo na Amazônia. A Cofruta faz parte da cadeia de fornecedores da Natura, sendo responsável pela coleta de sementes (como tucumã, açaí, ucuúba, andiroba, murumuru) e pelo processo de extração e produção de óleo e manteiga presentes nas sementes.
Os temas debatidos durante a visita foram bioeconomia, importância da criação de incentivos para os agricultores, investimento em capacitação técnica, dentre outros. O trabalho desenvolvido demonstra a importância da floresta em pé, assim como promove a geração de trabalho e renda, contribuindo para a transformação socioeconômica e cultural da comunidade local e do município.