Congresso Sustentável 2021

Confira os destaques de cada um dos dias do maior evento sobre sustentabilidade da América Latina!

 

28 de setembro – 1º dia

A décima edição do Congresso Sustentável, uma promoção do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e parceiros, teve início nesta terça-feira, 28, e, pela primeira vez está sendo realizado de forma on line, com acesso aberto a todos. Depois de dois anos de interrupção, o encontro está de volta e no primeiro dia teve falas e ponderações voltados para a Amazônia.

Na abertura do Sustentável 2021, o Coletivo Calipso e o grupo Entre Botos e Sereias apresentaram um número de canto e dança do autêntico carimbó, ritmo predominante na região amazônica.

Marina Grossi, presidente do CEBDS, fez a abertura do evento e mostrou as metas que já estão em curso para que em 2050, o Brasil alcance o patamar de carbono zero, enfatizando que o país leva vantagens nessa ação frente a países como China e Estados Unidos.

A presidente mediou o primeiro painel do dia com o tema “O setor empresarial brasileiro e a Amazônia – a convergência necessária”, com as participações de Flávio Dino, governador do Maranhão; João Paulo Ferreira, presidente da Natura; Joanita Maestri Karoleski, presidente do Fundo JBS pela Amazônia e Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Painel 1: O setor empresarial brasileiro e a Amazônia – a convergência necessária

Flávio Dino destacou que há uma iniciativa conjunta dos governadores da Amazônia Legal para que o Fundo Amazônia, que tem previsão orçamentária de R$ 2 bilhões de reais, e está sem movimentação há dois anos, seja retomado imediatamente.

Já João Paulo Ferreira alertou sobre uma empresa que seja negligente com suas emissões de carbono poderá ser considerada incivilizada dentro de poucos, comparando-se com empresas que empregam mão de obra infantil.

Ayres Britto afirmou que a direção do Brasil em ser um país mais sustentável está amparado totalmente pela Constituição Federal. O ex-ministro foi enfático em dizer que os problemas do meio ambiente, que vêm ocorrendo nos últimos dois anos, poderiam enquadrar a União em crime de responsabilidade.

Painel 2: Amazônia – como financiar a floresta em pé

O segundo painel versou sobre “Amazônia – como financiar a floresta em pé”, que teve as participações, em vídeos gravados, dos governadores do Amazonas, Wilson Lima; do Pará, Helder Barbalho; e de Mato Grosso, Mauro Mendes. Os três mostraram avanços de seus estados, os maiores da região amazônica em extensão, na questão do meio ambiente.

Mendes destacou que Mato Grosso alcançou, este ano, 62% de seu território preservado. “O bioma do estado se encontra como o de 500 anos atrás”, afirmou.  Wilson Lima falou sobre o trabalho do estado em relação aos pequenos produtores e a intenção de “manter a floresta em pé”. “Para cada árvore que consigamos manter em pé, haverá um indígena, um ribeirinho deixando a linha da pobreza no Amazonas”, enfatizou. Já Helder Barbalho falou sobre o programa paraense Amazônia Agora, que conseguiu diminuir o desmatamento no Pará na ordem de 12% no período de agosto de 2020 a junho de 2021.

Ainda no segundo painel, houve as participações de representantes dos bancos Itaú, Santander e Bradesco, que mostraram detalhes do Plano Amazônia, criado há um ano, para conter o desmatamento ilegal daquela região. Luciana Nicola, do Itaú, destacou a criação de um conselho consultor do banco, formado por sete especialistas na Amazônia.

Marcelo Pasquini, do Bradesco, disse os especialistas foram fundamentais para se entender a forma os três bancos como deveriam trabalhar e o que deveria ser priorizado. E Carolina Carvalho, do Santander, disse que o projeto fez o grupo entender que mais do que financiador, os bancos podem exercer um papel de apoiador para os grandes, médios e pequenos empresários.

Painel 3: Como as empresas vêm contribuindo para as metas globais de biodiversidade (COP15)

O terceiro painel do dia foi sobre “Como as empresas vêm contribuindo para as metas globais de biodiversidade (COP15)”. Os palestrantes foram Deise DallaNora, diretora de Food Solutions Innovation na Yara Brasil; Markus Lehmann, diretor da Divisão Científica, Sociedade e Futuros Sustentáveis – Convenção sobre Diversidade Biológica e Mirim Ju Yan Guarany, coordenador do Conselho Indígena do Distrito Federal, com moderação de Braulio Dias, professor da Universidade de Brasília (UnB).

Deise DallaNora falou sobre uma nova economia circular que se apoia em ciência e tecnologia, de forma colaborativa, buscando um novo modelo de produção.

Painel 4: A Amazônia salva o Acordo de Paris?

Os painéis durante a tarde versaram sobre “Como as empresas vêm contribuindo para as metas globais de biodiversidade (COP15)”; “A Amazônia salva o Acordo de Paris?” e “Call to action: a colaboração necessária para combater desmatamento ilegal”.

Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, mediou o painel sobre o Acordo do Paris. Ane Alencar, do IPAM, disse que o Brasil está vivendo em “emergência crônica”, principalmente nos três últimos anos, o que trouxe aumento de 79% de desmatamento em relação aos anos de 2017 e 2018. Ela chamou atenção para áreas da Amazônia, onde o desmatamento é altamente mecanizado. “Sobrevoei uma área de Lábrea, no sul do Amazonas, e percebemos uma nova fronteira agrícola, que traz também exploração madeireira apoiada por quadrilhas e crime organizado”, alertou.

“Não podemos avançar em uma agenda positiva, sem resolver a negativa”, pontuou Ane.

Ainda nesse painel, André Clark, da Siemens Energy Brasil Ltda., citou um texto da revista Piauí, de 2019, que afirmou “O maior prejudicado no cenário de destruição da Amazônia é, antes de todo o mundo, o Brasil”, deixando uma reflexão a todos.

Painel 5: Call to action – a colaboração necessária para combater desmatamento ilegal 

O último painel do dia “Call to action: a colaboração necessária para combater desmatamento ilegal” teve a participação de Adnan Demachki, advogado paraense e ex-prefeito de Paragominas, região nordeste do Pará. Demachki utilizou o exemplo da prefeitura que geriu por oito anos, onde conseguiu tirar o município da temível “Lista Negra do Desmatamento” do Ministério do Meio Ambiente, à época, transformando-o em um exemplo, em nível nacional, que deu início, no Pará e no Brasil, ao programa Municípios Verdes.

Demachki disse desconhecer qualquer planejamento em nível nacional voltado para a Amazônia. “Qual o projeto do Governo Federal para a Amazônia? O que sempre tivemos foram ações pontuais”, criticou. E continuou “O Brasil precisa priorizar a Amazônia. Necessitamos de um projeto maior em nível central”, alertou.

O painel contou ainda com Juliana de Lavor Lopes, diretora de ESG, Comunicação e Compliance da AMAGGI; Mariano Cenamo, diretor de Novos Negócios do IDESAM e CEO-AMAZ; e Rafael Rocha, procurador da República do Ministério Público Federal, sob moderação de Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade.

29 de setembro – 2º dia

Com música do compositor e maestro brasileiro Heitor Villa-Lobos, executada em piano e harmônica, a décima edição do Congresso Sustentável, uma promoção do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e parceiros, continuou nesta quarta-feira, 29, com dois painéis, pela manhã, e quatro, à tarde.

Uma particularidade deste dia foi o tema Sistemas Alimentares que acabou abrindo os debates e os encerrando também. Pela manhã, Diane Holdorf, diretora executiva do programa Food & Nature falou da importância do Brasil que tem muito a contribuir, por estar se tornando um dos melhores players dos Sistemas Alimentares no mundo. No último painel, no final da tarde, Stéphane Engelhard, vice-presidente de Relações Institucionais do Carrefour, mostrou como a empresa está investindo em segurança alimentar que começa, por exemplo, com a carne vendida pelo grupo. O alimento começa a cadeia de produção sustentável, desde o nascimento do animal, seguindo até o momento ideal para o corte.

Painel 1: Visão 2050 – nova agenda para empresas e sociedade

O primeiro painel versou sobre “Visão 2050: nova agenda para empresas e sociedade”, com as participações de Ana Cristina Cupelo, da empresa do ramo de petróleo Equinor Brasil; Diane Holdorf, diretora executiva do programa Food & Nature (WBCSD); Karin Formigoni, diretora geral Brasil da Arcadis. A moderação foi de Adriana Leles, stakeholder Council GRI/Amsterdam.

Diane destacou também a necessidade de que haja uma visão compartilhada do futuro. “Deveremos ter uma ação, com desafios para emergências da natureza ajustadas com as necessidades da sociedade. Os imperativos devem ser ajustados para o mundo de negócios e nós identificamos nove necessidades nesse setor. A transformação deve acontecer em parceria com os outros stakeholders”.

O CBDES, em parceria com o WBCSD, revisitou, no início de 2021, o programa “Visão Brasil”, que tem a proposta de apresentar uma perspectiva de desenvolvimento sustentável e qual o caminho possível para alcançá-lo. A revisão contou com uma ampla consulta que movimentou cerca de 4 mil stakeholders de vários setores, no Brasil e no exterior.

Painel 2: Ambição climática no Brasil

O tema do segundo painel foi “Ambição climática no Brasil” com Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do banco Safra; Natália Renteria, gerente técnica de Clima e Finanças Climáticas do CEBDS; Sophie Punte, diretora executiva de política (We Mean Business Coalition) e Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, sob a moderação de Luana Maia, diretora de Operações e Planejamento Estratégico do CEBDS

“A campanha Race to Zero, tem o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050”, explicou Tânia Cosentino. “A sustentabilidade, na Microsoft Brasil, é uma jornada apoiada nos pilares de cultura, estratégias, reciclagem e governança. Apoiada nesses pontos, a empresa destina R$ 1 bilhão para startups que trabalhem em Soluções Verdes, como por exemplo, a remoção de carbono da atmosfera por meio da tecnologia”, continuou.

Tânia também falou sobre a ferramenta PrevisIA, que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia por meio de Inteligência Artificial (IA). Esse equipamento é uma parceria da Microsoft, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Fundo Vale.

Painel 3: O papel do setor empresarial na década da ciência oceânica

O terceiro painel discutiu “O papel do setor empresarial na década da ciência oceânica” com os palestrantes Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo; Carolina Santos Pecorari, diretora de Sustentabilidade e ESG SAZ (Ambev); Glauco Kimura de Freitas, oficial de projetos de Ciências Naturais (UNESCO Brasil); Karen Silverwood-Cope, coordenadora-Geral de Oceano, Antártica e Geociências e Luísa Santiago, diretora executiva para a América Latina da Fundação Ellen MacArthur que foram moderados por Juliana Poncioni, diretora da Parley for the Oceans Brasil.

O painel se voltou para a saúde dos oceanos e como, no Brasil, a chamada Economia Azul já está gerando 19% do PIB, mas em contrapartida, mundialmente, mais de 80% dos oceanos permanecem inexplorados.

Glauco alertou sobre somente 19% dos oceanos já estão mapeados, o restante é desconhecido. E mais temerário ainda é que pesquisas realizadas mostram que apenas 2% de todos os orçamentos de ciência tecnologia são destinados ao estudo dos oceanos.

“A Década da Ciência Oceânica vai cobrir um período de 2021 a 2030, no qual esperamos que pontos de estudos do mares sejam corrigidos”, desejou Glauco Kimura.

Painel 4: Recomendações da força-tarefa para divulgações financeiras relacionadas aos riscos climáticos

O painel seguinte debateu “Recomendações da força-tarefa para divulgações financeiras relacionadas aos riscos climáticos”.

“É momento de implantar definitivamente essas mudanças”. Esse foi o alerta da Denise Pavarina, vice-chair da Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD, em inglês a força-tarefa), que reforçou o apoio ao setor privado na implantação de uma gestão financeira e sustentável.

A falta de um padrão de report definido e a falta de informação sistêmica são os maiores desafios do grupo, segundo ela. Desafio observado também por Cesar Sanches, superintendente de sustentabilidade da B3. “Investidores têm procurado cada vez mais informações, oportunidades de investir e usado estratégias ESG”, garante. Ele também apontou que há mais de US$ 35 trilhões em rotação de capital ESG e mais de 30% dele está disponível.

Para a vice-presidente executiva de sustentabilidade da Vale, Maria Luiza Paiva, terceira convidada do painel, as demandas da sustentabilidade já estão inseridas na estratégia de negócios. “O importante nesse processo é a questão da governança porque não é só o estabelecimento de metas, mas a gestão de tudo isso”, defendeu.

Painel 5: Produzir e preservar é possível

O quinto painel foi o call to action “Produzir e preservar é possível”, com palestras de Denise Hills, diretora Global de Sustentabilidade (Natura & Co); Fernando Sampaio, diretor executivo em Estratégia Produzir, Conservar, Incluir do Estado do Mato Grosso e Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, com moderação de Andrea Vialli, jornalista e colaboradora Valor Econômico/Folha de S. Paulo.

Atualmente, muitas empresas já sabem que produzir e preservar não são verbos antagônicos. Para que o Brasil avance no combate ao desmatamento e se enquadre como protagonista na aplicação das soluções baseadas na natureza é preciso unir forças.

“Precisamos mostrar que se consegue desenvolvimento econômico com floresta em pé”, comentou Fernando Sampaio, diretor executivo da Estratégia Produzir, Conservar, Incluir do Estado do Mato Grosso. Aliando esforços públicos, privados e parcerias internacionais, o programa está promovendo o monitoramento do desmatamento, a regularização fundiária e o apoio a comunidades indígenas e a agricultura familiar.

Com mais de 20 anos atuando na Amazônia, a Natura &Co tem muita experiência para trocar. De acordo com a diretoria de sustentabilidade da empresa, Denise Hills, compartilhar as jornadas e tornar públicas as metodologias é uma das formas de contribuir com esse mercado.

Na JBS, a experiência mostra que é fundamental priorizar o cuidado com a rede de fornecedores. “A responsabilidade com a cadeia de valor é inquestionável. Desenvolvemos uma plataforma para monitorar fornecedores diretos e indiretos. Hoje dos nossos 60 mil fornecedores, 11 mil estão bloqueados. Estamos implantando escritórios verdes para dar apoio de compliance a esses fornecedores e essa plataforma será aberta”, revela o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.

Painel 6: ESG Negócios regenerativos, inclusivos e resilientes

Encerrando o segundo dia do Sustentável 2021, o assunto foi “Negócios regenerativos, inclusivos e resilientes”, com apresentações de Eleni Gritzapis, diretora de Relações Institucionais na Dow; Marcos Matias, presidente da Schneider Electric Brasil e Stéphane Engelhard, vice-presidente de Relações Institucionais do Carrefour, tendo a mediação de Aylla Kipper, gerente de Relações Institucionais e Sustentabilidade na Lwart Soluções Ambientais.

O setor empresarial protagoniza uma mudança comportamental para uso mais responsável dos recursos hídricos, e cabe ao poder público definir normas e diretrizes claras nas licitações de serviços previstos no Marco do Saneamento buscando promover a segurança hídrica.

Eleni mostrou como a Dow está produzindo silício metálico em uma área de floresta preservada em Breu Branco, na região sudeste do Pará. Em parceria com o Instituto Peabiru, a empresa está fortalecendo o manejo sustentável em toda a cadeia de produção do silício. Em outro momento, Aylla discorreu sobre como a Lwart se tornou líder na produção de óleo lubrificante usado, que utiliza a técnica de rerrefino.

Stéphane Engelhard mostrou como o Carrefour trabalha a produção sustentável de alimentos que se apoia em cinco pilares: cadeias críticas; pesca sustentável; direitos humanos; plataforma pequenos produtores e bem-estar animal.

30 de setembro – 3º dia

O último dia da décima edição do Congresso Sustentável 2021, uma promoção do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e parceiros, começou com o debate sobre “A transformação dos sistemas alimentares”, um assunto que já fora falado no segundo dia do evento.

Em 2021, depois de um intervalo de dois anos sem ser realizado, o congresso foi 100% online, aberto a todos, com presença de um total de 6.489 participantes, em 14 painéis de discussões sobre os desafios presentes e futuros para uma sociedade mais justa, resiliente e sustentável, que foram debatidos por 64 palestrantes.

No encerramento do Congresso Sustentável 2021, foram reveladas as premiadas e entregues os troféus às vencedoras do 4º Prêmio CEBDS de Liderança Feminina.

Painel 1: Transformações dos Sistemas alimentares

No primeiro painel da quinta-feira, 30, os debatedores foram Celso Luiz Moretti, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Geraldine Matchett, co-CEO e CFO da DSM e Ricardo Guimarães, CEO da BNP Paribas, com moderação de Alessandra Fajardo, diretora de Estratégia de Engajamento para Agricultura e Meio Ambiente para a América Latina da Bayer.

Em um dos painéis de quarta-feira, 29, Diane Holdorf, diretora executiva do programa Food & Nature, falou da importância do Brasil que muito poderá contribuir na cadeia de produção de alimentos, por estar se tornando um dos melhores players dos Sistemas Alimentares no mundo. Afirmação semelhante foi feita por Geraldine Matchett, que projetou: “Devido ao histórico de passar de importador para grande exportador de alimentos, o Brasil tem total condição de liderar mundialmente a revolução nos Sistemas Alimentares que estamos precisando tanto”, disse.

Celso Luiz Moretti fez uma retrospectiva de quando entrou em vigor o Código Florestal Brasileiro, em 2012. De lá até os dias atuais, muita coisa mudou, e hoje o foco se concentra em manter o agronegócio competitivo e sustentável, enfatizando processos de antes, durante e depois da porteira. “A Embrapa aposta em uma maior diversidade, aliada à agricultura regenerativa, com investimentos em fibras e bioenergia”, adiantou.

Geraldine citou como exemplo de Sistema Alimentares pesquisas que mostram que é possível, com pesquisa, reduzir a quebra de ovos, que vão de 3 a 12%. Com inovações, em ações simples, como aumentar a vitamina D na ração dessas galinhas, a redução de quebras pode ficar em 20%.

Ricardo Guimarães falou sobre financiamentos bancários para o agronegócio que já estão atrelados ao comprometimento com o desmatamento zero.

Painel 2: ESG – Negócios regenerativos, inclusivos e resilientes

Em seguida, houve o segundo painel do dia que versou sobre “ESG – Negócios regenerativos, inclusivos e resilientes”. No debate estiveram André Valente, head de Sustentabilidade da Raízen; Guilherme Karam, gerente de Economia da Biodiversidade na Fundação Grupo Boticário; Luís Mosquera, vice-Presidente, Jurídico & Relações Governamentais da Siemens do Brasil, com a moderação a cargo de Cynthia Wolgien, diretora de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da WestRock Brasil.

O setor empresarial busca uma mudança comportamental para uso mais responsável dos recursos hídricos, previstos no Marco do Saneamento. Há um ano, desde a sanção do Marco legal, foram realizados quatro leilões para concessão de serviços de saneamento, sendo que a Lei prevê a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033.

Da mesma maneira que no primeiro dia do Sustentável 2021, João Paulo Ferreira, presidente da Natura, alertou sobre que empresas negligentes com suas emissões de carbono poderão ser consideradas incivilizada dentro de poucos anos, Guilherme Karam, gerente de Economia da Biodiversidade na Fundação Grupo Boticário, advertiu que empreendimentos que falham em medidas de inclusão em relação aos fatores sociais e ambientais, não irão sobreviver no mercado.

André Valente, da Raízen, trouxe informações sobre os parques de bioenergia da empresa que redefiniram o conceito de sustentabilidade das energias renováveis, deixando as antigas usinas de cana-de-açúcar para efetivação dos parques. Ele alertou para um ponto que enfatiza que “renovável não quer dizer sustentável”.

Painel 3 – Compromisso Empresarial da Água

No último painel do Sustentável 2021, na tarde de quinta-feira, 30, o assunto foi “Compromisso empresarial da água – o que foi feito desde o World Water Forum 2018”, com os palestrantes Stela Goldenstein, country coordinator no World Bank Group; Teresa Vernaglia, CEO na BRK Ambiental Participações S.A.; e Thais Gervásio, líder estratégica do Negócio Água da Ecolab para a América Latina (Ecolab), sob moderação de Rosane Santos, diretora corporativa de Sustentabilidade na Iguá Saneamento S/A.

As três palestrantes concordaram que as ações visando à economia de água dependem se parcerias entre os setores público e privado.

Teresa Vernaglia mostrou uma pesquisa do instituto Trata Brasil apontando que mulheres em condições de falta de saneamento têm notas 25% menores que a médias de notas de outras mulheres no concurso.

Thais Gervásio alertou sobre é necessária uma discussão coletiva para tentar encontrar solução para um problema que é nosso. “A escassez líquida é real”, advertiu.

Serviço

Todas as palestras, debates e moderações do Sustentável 2021 estão disponíveis no canal do CEBDS no YouTube.


O Congresso Sustentável 2021 tem o patrocínio da JBS, Banco Bradesco, Banco Itaú, Banco Santander, Carrefour, Bloomberg Philanthropies, Braskem, DSM, Equinor, Lwart Soluções Ambientais, Moore Foundation, Siemens Energy, Vale e We Mean Business Coalition.
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