Os últimos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) da OCDE mostram que os alunos brasileiros ainda têm um longo caminho a percorrer na proficiência em matemática e ciências. Apesar do interesse na área – 40% dos estudantes brasileiros gostariam de seguir carreira em ciência e tecnologia e 50% deles se divertem e gostam de aprender tópicos científicos – o modelo de ensino das disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) pode e deve ser aperfeiçoado, refletindo a realidade e os desafios do século XXI. Mudar esta realidade passa pela capacitação de nosso corpo docente nos Ensinos Fundamental e Médio, e também pelo maior envolvimento dos pais na vida escolar de seus filhos. Isso é de tal importância que a ONU incluiu nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a necessidade de “assegurar uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.
A influência que bons professores têm em nossas vidas pode ser transformadora e determinante em nosso futuro. Em diversas matérias, mestres inspirados nos mostram que suas disciplinas podem mudar o mundo – e provocam os jovens a fazer exatamente isso. Educadores têm em suas mãos o poder de fazer estudantes sonharem alto, especialmente quando o assunto são ciências e matemática. Os cálculos, equações e elementos da tabela periódica são ferramentas fundamentais para biólogos e químicos que trabalham na cura de doenças que nos afligem. Conhecimentos de química, física e biologia são vitais para inovações que nos permitem criar biocombustíveis a partir de resíduos. A lista de aplicações práticas é infinita. O Brasil precisa lidar com a carência de profissionais de qualidade em setores como engenharia e tecnologia da informação, e a mudança de paradigma começa nos primeiros anos de ensino de ciências.
É possível dinamizar o ensino das disciplinas STEM trazendo questões da vida real para a sala de aula, mostrando a aplicação prática do conhecimento. Crianças e jovens são curiosos por natureza, e sentem-se desafiados, instigados a conhecer o mundo. Eu mesmo tive a oportunidade de conhecer iniciativas incríveis. Na rede pública do ensino médio em Três Rios há um professor que ensina eletroquímica mostrando o que há em comum entre pilhas, celulares, tablets e produtos de limpeza. Em uma escola municipal da Urca, alunos do ensino fundamental aprendem a identificar e combater o mosquito da dengue, zika e chikungunya participando de projetos de conscientização junto a amigos e familiares. Iniciativas como essas devem ser multiplicadas, a fim de inspirar jovens a ir além e quebrar a barreira que impede que mais alunos optem por carreiras ligadas à ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Por meio de nossos investimentos em educação científica, a Shell busca incentivar o aprendizado nessas áreas de conhecimento, estimulando o interesse dos estudantes. Nossos projetos são direcionados para alunos e professores da rede pública de ensino, especificamente aqueles de origens sociais mais vulneráveis. Destaco o Prêmio Shell de Educação Científica, que tem o objetivo de identificar, reconhecer e valorizar professores que desenvolvem projetos educativos inovadores e de qualidade junto aos seus alunos. O Prêmio está em sua quarta edição no estado do Rio de Janeiro e na primeira edição no Espírito Santo. Outra iniciativa é o projeto STEM Brasil, atualmente implementado em 37 escolas públicas do estado do Rio de Janeiro, suplementando a formação de professores nas áreas de biologia, física, química, matemática e novas tecnologias, oferecendo atividades e materiais práticos para a realização de experimentos em sala de aula com os alunos.
Mudar o mundo é também agir localmente, pessoa a pessoa. Na Shell, acreditamos que a inspiração, o incentivo e o encorajamento de pais e professores podem tornar jovens curiosos e criativos em verdadeiros agentes da transformação do Brasil e do nosso planeta através das disciplinas ligadas às ciências e matemática.
Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.