No painel Mobilidade inteligente e o futuro das cidades, realizado pelo INOVACITY Digital, especialistas indicaram a importância de repensar a mobilidade para construírmos um fututo sustentável para as cidades
O painel, que discutiu urbanismo, mobilidade do amanhã, cidadania e desenvolvimento sustentável das cidades, contou com a participação de Marina Grossi, presidente do CEBDS; Victor Andrade, professor da FAU/UFRJ e coordenador geral do LABMOB; Clarisse Linke, ITDP; e Henrique Silveira, Casa Fluminense (Moderador).
Os especialistas apostam que, no pós-pandemia da Covid-19, as cidades inteligentes serão aquelas que apresentarem soluções criativas. “Tudo o que a gente achava que sabia sobre as desigualdades sociais no Brasil, ficou ainda mais evidente durante a pandemia, e nos sacudiu. A questão do saneamento foi mais explicitada, a submoradia, e ainda o transporte público que deveria ser de qualidade e acessível, e não é. Não atende à população de baixa renda em longos deslocamentos e não atende às atuais exigências sanitárias, devido às superlotações”, afirmou Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).
A transição para cidades compactas, conectadas e limpas pode criar capacidade nacional para criar e absorver inovações que serão críticas para a competitividade econômica no futuro. A inovação em todas as suas formas pode ter um enorme impacto no mundo real.
A China, por exemplo, apoiou seus governos municipais a experimentar veículos elétricos e cobrar infraestrutura com resultados impressionantes: em 2017 a China abrigava 40% dos carros elétricos de passageiros do mundo e mais de 99% dos ônibus elétricos do mundo.
Mobilidade ativa = Maior qualidade de vida = Menores custos com saúde
É necessário pensar as consequências da mobilidade para saúde. “Precisamos pensar a política de mobilidade também como política de saúde” diz Victor Andrade, professor da FAU/UFRJ e coordenador geral do LABMOB.
No evento foi enfatizado que um dos modos de melhorar a qualidade de vida das pessoas é melhorar a mobilidade e incetivar a mobilidade ativa nas cidades.
Ao pensar no futuro das cidades, os poucos veículos nas ruas poderiam ser elétricos, silenciosos e livres de poluição. Com um ar muito mais limpo nas cidades, asma, alergias e outras doenças respiratórias seriam muito menos comuns.
A tecnologia tem o poder de apoiar toda essa estrutura circular e transformar a forma como pensamos as cidades. As redes 4-5G permitem torná-las inteligentes, promovendo conectividade urbana, sustentabilidade e eficiência, além de criar novos empregos e novas indústrias e gerar benefícios econômicos.
Para Clarice Linke, diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), é necessário que as cidades pensem na mobildiade ativa. “É um modal barato, de fácil implementação, e vários países latino americanos estão acelerando planos de construção de ciclovias e benefícios para uso de bicicleta. São soluções rápidas que as grandes cidades estão utilizando para evitar maior migração para carros individuais enquanto ainda não sentem segurança para retomada do uso de transporte público”.
“A inovação vai ser muito puxada pela questão climática e redução de emissões” afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS, que lembra também a importância do setor privado em liderar mudanças.
Contribuição empresarial
Neoenergia
A Neoenergia está investindo em mobilidade elétrica e novas tecnologias para garantir uma redução total de emissão de gases poluentes e do custo referente ao abastecimento, comparado com veículos a diesel. De olho no futuro, a companhia aposta em iniciativas de descarbonização, premissa estratégica para a empresa e o crescimento em geração de energia renovável, em especial a eólica.
A novidade para este ano é a utilização de uma frota própria de veículos movidos a eletricidade, como forma de servir como modelo em um cenário já em transformação. Além disso, a Neoenergia terá carregadores elétricos em todas as bases regionais e administrativas da empresa, distribuídas nos estados de SP, RJ, BA, PE e RN.
Cervejaria Ambev
A Cervejaria Ambev inicia processo de eletrificação de sua frota de caminhões ao anunciar parceria a Volkswagen, que fornecerá até 2023 1.600 modelos movidos a energia limpa.
Com as entregas, 35% da frota da cervejaria será de veículos livres de combustível fóssil, o que fará com que a empresa deixe de emitir 30,4 mil toneladas de carbono ao longo de sua cadeia logística por ano.