A secretária adjunta da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Renata Isfer, afirmou que em dez anos a produção de gás natural no Brasil irá dobrar. A afirmação foi feita durante a quarta edição do Diálogos para Transição, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e epBR. Segundo Renata, se considerar o pré-sal, a perspectiva é de que até 2050, a produção nacional de gás natural tenha um incremento de 300% no volume. “Este é o momento ideal para fazermos uma transição energética e ampliarmos o uso do gás natural na matriz energética brasileira”, defendeu.
Os desafios para uma transição energética sem grandes impactos são inúmeros, segundo a diretora de desenvolvimento técnico do CEBDS, Ana Carolina Szklo. O subaproveitamento da fonte energética na matriz nacional. “No caso do gás natural, para se ter uma ideia da importância deste recurso nesta fase de substituição, a participação desta fonte de energia no Brasil é de apenas 13%, enquanto em outros países é de 20%. Temos uma oportunidade que não é aproveitada”, reforça.
Embora o combustível não seja a solução definitiva, segundo especialistas, o recurso é considerado um dos principais protagonistas quando se fala em renovação de matriz energética. O gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da Shell Alexandre Cerqueira, destacou que é preciso investir na melhoria da infraestrutura do País para que a produção desta matéria-prima escoe corretamente.
– Estamos entrando num novo ciclo. O gás natural é usado muito abaixo do seu potencial. Ele pode ser usado tanto como matriz elétrica, quanto em outros mercados – avalia o executivo.
Com tom otimista na evolução do setor de gás natural, os participantes destacaramn alguns projetos que já vem sendo adotados pelas empresas, usando novos modelos energéticos. Participaram ainda das mesas redondas do evento as empresas Golar Power Latam, Eneva, Ternium Brasil, CDGN/Ecometano e Naturgy.