Raízen revoluciona economia circular com inauguração de usina de biogás

A Raízen inaugurou em outubro a maior usina de biogás do mundo,  com produção feita de derivados da cana-de-açúcar. A iniciativa reforça o compromisso da companhia com a transição energética através da geração e da produção de energia e produtos renováveis e sustentáveis. 

Nesta entrevista, Marina Carlini, gerente de sustentabilidade de empresa, há mais de 15 anos levantando a bandeira verde, explica como a Raízen tornou-se pioneira no setor sucroenergético. 

“As novas tecnologias contribuem diretamente para o meio ambiente ao reutilizar subprodutos do processo produtivo do etanol e do açúcar, e criar produtos renováveis e sustentáveis, que ajudam a limpar a matriz energética brasileira, contribuindo para a mitigação de emissões e impactos ao meio ambiente”, explica , considerando o processo uma revolução na área de economia circular.

Leia abaixo nossa entrevista:

CEBDS –  Como surgiu e foi implementado o projeto da planta de biogás?

Marina Carlini – A planta de biogás em Guariba teve sua construção iniciada em agosto de 2018 e teve sua inauguração realizada em outubro de 2020. A unidade tem capacidade para produzir 138 mil MWh por ano, suficiente para abastecer uma cidade como Araraquara, no interior paulista. O projeto possui uma capacidade instalada de 21MW e é um dos esforços da Raízen de diversificar ainda mais o seu portfólio de energias renováveis, que inclui a produção de etanol de primeira e segunda geração, cogeração por meio de biomassa e pellets.

A planta de 363.000 m² (36,3 hectares) e 153.1000 m² de área construída é resultado de uma joint venture entre a Raízen e a Geo Energética, uma parceria que reforça o pioneirismo da empresa em ações de inovação e desenvolvimento do setor.

Recentemente, a unidade recebeu autorização da CPFL e ANEEL para comercializar energia e passou a fornecer a energia gerada ao grid. Dos 138 mil MWh por ano de capacidade instalada, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato negociado em leilão em 2016 do qual a Raízen foi a vencedora. O valor excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou outros contratos.

CEBDS – Qual a importância deste projeto para a Raízen?

Marina Carlini – O empreendimento reforça o compromisso da companhia com a transição energética através da geração e produção de energia e produtos renováveis e sustentáveis. Com a planta de biogás, a Raízen assume uma posição estratégica no mercado de energias renováveis. Além disso, a energia gerada por biogás pode ser produzida durante o ano inteiro, o que oferece estabilidade energética tanto para a indústria, impactando no desenvolvimento econômico do País de maneira sustentável.

A Raízen já é a maior produtora de energia gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar, com capacidade atual para abastecer uma cidade como a do Rio de Janeiro por até um ano, por meio de uma fonte constante e previsível, que tem seu pico de produção justamente no período mais seco do ano, quando a matriz hídrica fica mais pressionada. A companhia, referência no setor como fonte de geração de energia limpa, reforça, a partir de sua iniciativa na produção de biogás, ainda mais seu compromisso em atuar em um sistema de economia circular, aproveitando todos os subprodutos e insumos utilizados em nossos processos na geração de novos produtos, como acontece também, por exemplo, na produção de etanol de segunda geração e de pellets de bagaço de cana. Quanto mais produtos energéticos extraímos das mesmas matérias-primas, mais sustentável se torna a operação.

Neste sentido, somos pioneiros no setor sucroenergético, com o desenvolvimento de novas tecnologias que contribuem diretamente para o meio ambiente ao reutilizar subprodutos do processo produtivo do etanol e açúcar, e criar produtos renováveis e sustentáveis, que ajudam a limpar a matriz energética brasileira, contribuindo para a mitigação de emissões e impactos ao meio ambiente.

CEBDS – Qual a pretensão a longo prazo?

Marina Carlini – O projeto representa uma revolução no tratamento dos resíduos agroindustriais, consolidando a prática de economia circular adotada em seus processos produtivos. Com a mesma quantidade de cana será possível aumentar a produção de energia em até 50%. Ou seja, 1.000 ton de cana produz 50 MWh por meio do processo de queima da palha da cana. Agora, serão adicionados mais 25 MWh por meio da biodigestão de torta de filtro e vinhaça, e aumentar em 50% o potencial de geração de energia elétrica com a mesma área plantada. Vale ressaltar que, mesmo depois do processo de produção de biogás, o resíduo resultante ainda será utilizado como adubo “turbinado”, rico em potássio, fósforo e nitrogênio. Além disso, o biogás pode também ser convertido em biometano, a ser utilizado como combustível de frotas e importante alternativa ao diesel, contribuindo para o processo de substituição dos fósseis na matriz energética.

CEBDS – Como a Raízen acredita que a tecnologia pode trabalhar a favor da sustentabilidade?

Marina Carlini – A Raízen acredita que o futuro da matriz energética nacional está na valorização de fontes sustentáveis. A companhia enxerga nesse movimento a resposta possível à uma necessidade global de mudanças efetivas no setor. Por conta disso, a companhia reforça, cada vez mais, seu papel de empresa integrada de energia e protagonista da transição energética como forma a mitigar os impactos provocados pelas mudanças climáticas. A companhia, inclusive, anunciou recentemente 8 compromissos de sustentabilidade a serem realizados até 2030, aprimorando seus processos em toda cadeia produtiva, reduzindo a pegada de carbono na produção de etanol e tendo o investimento em produtividade e um portfólio de energias renováveis como movimentos fundamentais para um crescimento sustentável.

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