Como criar um plano de logística sustentável?

Uma nova realidade é verificada tanto no setor empresarial, quanto no setor público: a necessidade de se elaborar planos de logística sustentáveis. Um dos seus objetivos é a redução de emissão dos gases de efeito estufa (GEE), além de minimizar outros impactos socioambientais, tais como a poluição atmosférica local e os engarrafamentos nas grandes cidades.  

Veja tudo isso e a forma de trabalho do CEBDS, por meio do debate e da promoção de iniciativas junto às suas empresas associadas. Confira!

Decreto Nº 7.746, de 5 de junho de 2012

A ex-Presidente da República, Dilma Rousseff, instrumentalizou uma série de medidas a fim de fomentar a inserção de práticas sustentáveis no meio público. Dentre eles, tem-se o Decreto Nº 7.746, de 5 de junho de 2012:

“O Art 1º deste Decreto regulamenta o art 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a estabelecer critérios, práticas e diretrizes gerais à promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP”, segundo documento da Casa Civil.

O Decreto destaca ainda as diretrizes de sustentabilidade. Entre elas, encontram-se:

  • menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
  • preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
  • maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
  • maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
  • maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
  • uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais;
  • origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens, serviços e obras.

Por fim, o Decreto em seu Art 16º coloca que: “a administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes deverão elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sustentável, no prazo estipulado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo:

  • atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição;
  • práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;
  • responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano;
  • ações de divulgação, conscientização e capacitação.

Plano de Logística Sustentável no setor privado

Um dos grandes desafios do setor empresarial, hoje, são as reduções das emissões de GEE e a minimização dos seus impactos sociais, atrelados à sustentabilidade financeira do negócio.

Nesse sentido, faz-se importante a conscientização das organizações na implementação do Plano de Logística Sustentável, que pode se dar, por exemplo, via capacitação dos funcionários para a compreensão dos impactos e dos benefícios resultantes da adoção deste plano.

Segundo Luan Santos, coordenador das Câmaras Temáticas de Logística e Transportes (CTLog) e de Impacto Social (CTSocial) do CEBDS, as empresas não podem mais simplesmente se preocupar em entregar uma encomenda no local X e no horário Y, conforme acordado com o cliente. É importante que todo o processo seja reavaliado e planejado de modo que os impactos sociais e ambientais gerados por esta operação logística sejam minimizados.

Segundo Santos, não existe uma padronização do Plano de Logística Sustentável em termos de mensuração. Cada empresa deve elaborar o seu plano conforme a realidade do negócio e das suas particularidades, por exemplo, levando em conta a dinâmica da sua rede logística. Embora não haja tal metodologia padrão, alguns resultados podem ser tangibilizados, como a redução de custos operacionais e a racionalização dos processos.

Outros resultados são mais intangíveis e se referem à reputação da empresa no mercado e à diferenciação perante os concorrentes. Tal aspecto se reverte positivamente à empresa que apresenta iniciativas vanguardistas, haja visto o crescimento da concorrência nos distintos mercados, além da forte pressão pela colaboração das empresas ao desenvolvimento sustentável dos países. Como exemplo, pode-se citar os investimentos em biocombustíveis no setor de transportes no Brasil, como alternativa ao uso dos combustíveis fósseis.

Dessa forma, na medida que a própria sociedade aumenta sua conscientização sobre os impactos sociais e ambientais causados pelas empresas, o apreço por marcas que desenvolvem um Plano de Logística Sustentável se torna maior, portanto, mostra-se como uma oportunidade de negócios.

Destacam-se que alguns planos já foram elaborados e colocados em práticas e podem ser utilizados e adaptados por novas organizações que busquem melhorar o pilar de logística sustentável. Dentre eles, estão os planos do Banco Central e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Como o CEBDS pode catalisar?

Por meio da Câmara Temática de Logística e Transportes (CTLog), o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), fomenta a troca de conhecimento, de experiências e das melhores práticas, facilitando parcerias e empreendendo iniciativas voltadas à melhoria dos transportes de passageiros e de carga no Brasil.

Além disso, a CTLog promove e incentiva a participação do setor empresarial na discussão em torno da necessidade de planejamento urbano como solução incondicional de médio-longo prazo para melhoria da infraestrutura logística e de transportes. Representa ainda a visão das empresas em assuntos relacionados à infraestrutura logística e à mobilidade urbana, em debates e formulação de políticas públicas com governos e demais grupos de interesse.

 

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