Tornar o sistema financeiro mais verde é crucial e, felizmente, uma tendência irreversível. Nesta quarta-feira (3 de novembro), durante a Conferência do Clima da ONU, a COP26, em Glasgow, houve uma série de anúncios que colocam importantes atores do setor financeiro no caminho do desenvolvimento sustentável.
Mais de 30 instituições financeiras (incluindo uma brasileira) reconheceram que combater o desmatamento é essencial para o cumprimento de suas metas de neutralidade climática e se comprometeram a fazer a divulgação dos riscos climáticos de seus negócios. É mais uma iniciativa que coloca a conservação florestal no centro das soluções climáticas, assim como o Pacto pelas Florestas, lançado na terça-feira (02/11). E o Brasil é o país que mais pode se beneficiar destas iniciativas no curto prazo.
Foi também lançada uma coalizão de mais de 450 bancos, seguradoras e gestores de ativos em 45 países, que prometem disponibilizar US$ 100 trilhões até 2050 para financiar ações que eliminem ou neutralizem a emissão dos gases do efeito estufa. Instituições brasileiras integram o movimento.
O setor empresarial brasileiro considera essas iniciativas do setor financeiro muito positivas para direcionar os negócios globais rumo ao desenvolvimento sustentável. É importante financiar projetos limpos em vez de iniciativas que emitem gases do efeito estufa, mas ainda precisamos de escala e padronização. O CEBDS é membro da TCFD (Task Force for Climate-related Financial Disclosure) e, nos últimos anos, tem capacitado as empresas brasileiras para que mapeiem e busquem soluções para os riscos social, ambiental e climático, tanto internos quanto de seus clientes.
“O financiamento cada vez mais tem que ter o selo ambiental, social e de governança, ou seja, os critérios de sustentabilidade, para que sejam viáveis”, destaca a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi. “Porque, se a gente tem um objetivo de o mundo inteiro ter neutralidade climática em 2050, é preciso saber qual o dinheiro que a gente precisa para chegar lá. As iniciativas vão de novos aportes de recursos até o redirecionamento de recursos que já existiam para essa finalidade.”
No Dia das Finanças na COP, o recado foi claro: é mais do que a hora de reportar os riscos ambientais e direcionar os recursos para a economia verde.