Durante a visita ao Brasil para o 2º Diálogo Econômico-Financeiro Brasil-Reino Unido, o Ministro da Fazenda do Reino Unido, Phillip Hammond, lançou a Parceria Brasil-Reino Unido em Finanças Verdes, um compromisso para promover o crescimento econômico sustentável mútuo. O evento foi sediado pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) em São Paulo.
Em seu discurso de anúncio, o Ministro declarou:
“É imperativo para o Reino Unido, como principal centro financeiro do mundo, e o Brasil, com um árduo compromisso com a sustentabilidade e um grande apetite de investimento em infraestrutura, para unir forças, garantindo assim o fluxo de capital para projetos sustentáveis muito necessários.
Esta parceria será crucial para o aprofundamento dos laços de desenvolvimento sustentável entre os nossos dois países; impulsionando inovação e liderança ética; e, consequentemente, aumentando os fluxos de capital verde”.
A Parceria, liderada pelo Conselho de Desenvolvimento do Mercado Sustentável do Brasil e pela City of London’s Green Finance Initiative foi anunciada pelo Ministro ontem (01/08) em São Paulo. O evento foi apresentado pelo presidente da FEBRABAN, Murillo Portugal e Justine Leigh-Bell, chefe de Desenvolvimento de Mercado, e fez parte do Diálogo Econômico-Financeiro Brasil-Reino Unido, um encontro anual para fortalecer as relações entre os dois países.
O evento em São Paulo também incluiu a presença do embaixador do Reino Unido no Brasil, Vijay Rangarajan, dezenas de corporações e representantes do setor financeiro brasileiro e do Reino Unido, incluindo BNDES, CEBDS, Itaú-Unibanco, Zurich Brasil, UBS, CPFL Energia, Ecoagro, City of London, London Stock Exchange, entre muitos outros.
Comentários e Opiniões
Stephen Barclay, Ministro do Tesouro do Reino Unido
“A parceria Reino Unido-Brasil oferece uma ótima oportunidade em finanças verdes. Estamos ansiosos para construir uma discussão em torno do tema. É uma agenda muito importante”.
Murilo Portugal, Presidente da FEBRABAN
“Uma parceria entre o Reino Unido e o Brasil certamente representa uma oportunidade para aumentar o nível de atenção em torno das finanças verdes e para estabelecer um canal de comunicação mais forte para compartilhar práticas sobre este assunto e identificar novas oportunidades de negócios entre as duas partes”.
André Salcedo, Chefe de Desenvolvimento de Mercados de Capitais, BNDES
“A agenda verde existe dentro do BNDES e acredito que o Conselho, do qual somos orgulhosos parceiros, vai ajudar a vencer os desafios de acesso a novos mercados. Estamos comprometidos a fazer essa agenda avançar no país”.
Marina Grossi, Presidente, CEBDS
“A parceria entre Brasil e Reino Unido nos abrirá portas e permitirá uma rica troca de informações e experiências entre os dois países. O papel do Conselho se fortalece nesse contexto ao reunir as partes interessadas desse mercado. Teremos desafios, claro, mas a agenda vai se fortalecer no país.”
Sylvia Coutinho, CEO, UBS Brasil
“Precisamos de capital estrangeiro para financiar projetos que, muitas vezes, são verdes por natureza. O Brasil tem os maiores ativos ambientais do mundo e temos de criar ligações entre os investidores para trazer esse capital ao Brasil”.
Chris Mayo, Chefe de Mercados Primários – Américas, London Stock Exchange
“Vimos muita inovação na agenda de finanças verdes e em títulos verdes especificamente, ao longo dos anos. Tivemos um enorme sucesso com a Índia e a China recentemente e acreditamos que agora é hora de o Brasil aproveitar esta inovação”.
Justine Leigh-Bell, Chefe de Desenvolvimento de Mercado, Climate Bonds Initiative
“Esta é a oportunidade de o mundo ver que o Brasil tem o potencial de ser líder na agenda de finanças verdes. Há muito trabalho a ser feito, mas o Conselho e o nosso trabalho com a FEBRABAN são o ponto de partida perfeito”.
Última palavra
A Parceria é outro passo importante para o estabelecimento de um forte mercado de títulos verdes no Brasil. É um compromisso dos stakeholders locais e do Reino Unido para desenvolver financiamentos sustentáveis que ajudem o Brasil a cumprir as metas feitas em Paris (NDCs) e metas nacionais de desenvolvimento.
Vamos deixar como conclusão as últimas palavras do discurso do Ministro:
“O Brasil é muitas vezes descrito como “os pulmões do mundo”. Vamos dar capacidade adicional para esses pulmões. Ao trabalhar em conjunto. Juntar a próxima geração de empresas globais do Brasil e a experiência única do Reino Unido em finanças. Para que possamos mostrar ao resto do mundo como o crescimento sustentável pode ser alcançado”.
(*) Matéria originalmente publicada pela Climate Bonds Initiative em 02 de agosto de 2017.