CEBDS pede veto às MPs 756 e 758

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) solicita ao presidente da República Michel Temer o veto às Medidas Provisórias nº 756/2016 It is 758/2016. Somamo-nos às inúmeras vozes da sociedade que, nas últimas semanas, têm manifestado o apoio ao veto das medidas, que reduzem substancialmente áreas de proteção e conservação ambiental.

O presidente da Fundação Brasileira de Desenvolvimento Sustentável e um dos precursores da sustentabilidade no Brasil, Israel Klabin, escreveu uma carta aberta ao presidente, destacando o protagonismo brasileiro nas questões climáticas no mundo e o retrocesso que representaria a sanção das MPs. Antes dele, seis ex-ministros do Meio Ambiente lançaram uma carta às lideranças do século XXI, ressaltando que as medidas abrem caminho para a degradação ambiental da região, recomendando o veto e o reinício do debate, com envolvimento de atores desta agenda. A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, da qual o CEBDS é um dos fundadores, também divulgou posicionamento contrário à sanção das medidas.

A MP 756 altera os limites do Parque Nacional do Rio Novo e da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, e retira 20% da área do Parque Nacional São Joaquim, em Santa Catarina. Já a MP 758 encolhe o Parque Nacional do Jamanxim e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós. Ambas as medidas diminuem a proteção do estado, especialmente na Região Amazônica, e abrem espaço para a exploração ilegal dos recursos naturais e aumento do desmatamento.

Desde 2014, o índice de desmatamento no país tem aumentado. De acordo com os dados do Inpe, em 2016 o desmatamento na Amazônia cresceu 29% comparado ao ano anterior. O número é ainda mais preocupante se levarmos em conta os compromissos internacionais firmados pelo Brasil, como o Paris Agreement.

Para atingirmos a meta de redução das emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com indicativo de 43% até 2030, o combate ao desmatamento é central, seja por seu valor econômico ou por seu valor intangível. A NDC brasileira é clara em seu objetivo: o Brasil precisa acabar com o desmatamento ilegal até 2030. Em nosso estudo Oportunidades e Desafios das Metas da NDC brasileira para o setor empresarial, sublinhamos que a eliminação do desmatamento ilegal abre mercado para produtos madeireiros de reflorestamento ou florestas nativas bem manejadas.

O país deve percorrer o caminho do fortalecimento de uma economia de base florestal, permitindo assim a ampliação da oferta de insumos que podem substituir outros de alta intensidade de carbono.

As MPs 756 e 758 vão na contramão da imprescindível transição que o país deve fazer rumo a um círculo virtuoso para a consolidação de uma economia de baixo carbono, prejudicando também a reputação brasileira no cenário internacional. Por isso, o CEBDS reitera o pedido de veto a essas medidas ao presidente Michel Temer.

Share:

Sign up for our newsletter

Enter your email and receive our content. We respect the privacy of your information by not sharing it with anyone.

Related news

Check out the most current and relevant news to stay on top of what is being debated on the Sustainable Development agenda.

Related publications

Want to go deeper into this subject? Check here other publications related to this same theme.

related events

Check out our upcoming events related to this topic and join us to discuss and share best practices.