Lideranças empresariais discutem os impactos financeiros das mudanças climáticas

Impactos Financeiros das Mudanças Climáticas foi tema de um painel no Seminário CEBDS 2019, realizado no último dia 5, em São Paulo. Voltado para associados e parceiros, o evento teve como tema principal as discussões para a revisão em 2020 das diretrizes da Visão 2050, lançada em 2012.

O painel contou com a participação de Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais do Itaú; Maria Eugênia Sosa Taborda, coordenadora regional do UNEP-FI; Sonia Consiglio Favaretto, diretora de Sustentabilidade da Brasil Bolsa Balcão – [B]3; e Nabil Kadri, chefe do Depto de Meio Ambiente e Fundo Amazônia do BNDES, e a moderação de André Clark, presidente e CEO da Siemens do Brasil.

André Clark, presidente e CEO da Siemens Brasil destacou que a empresa serve a três senhores: os investidores, consumidores e talentos, e todos eles estão cada vez mais engajados na questão ambiental.

A crescente tendência de os consumidores optarem por produtos menos intensivos em carbono, além do aumento da competitividade devido à adoção de alternativas tecnológicas nos processos produtivos, abre oportunidades para as empresas. Mais precisamente na forma adequada de avaliação de seus riscos financeiros ligados a questões climáticas, e a sua divulgação nos relatórios.

Esse é considerado o primeiro passo para trazer maior transparência à cadeia de investimento. Com essa iniciativa, instituições financeiras poderão identificar mais facilmente o quanto suas carteiras estão expostas a riscos associados às mudanças climáticas. 

“O Financial Stability Board começou, há alguns anos, olhar a questão climática. A partir daí surgiu um posicionamento do setor financeiro para observar e relatar os riscos climáticos. Assim surgiu a TCFD. A TCFD não impõe regras, mas defende a transparência do impacto das mudanças climáticas. Esse risco precisa ser incorporado nas nossas operações. Mais de US$ 340 trilhões em investimentos buscam investimentos mais transparentes”, disse Maria Eugenia Taborda, da UNEP-FI.

Mudanças climáticos no foco da TCFD

A questão é tão relevante quanto ainda pouco conhecida, apesar do crescente apoio à Taskforce on climate-related Financial Disclosure, a TCFD. A iniciativa TCFD, presidida pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, visa auxiliar empresas, investidores, financiadores e seguradoras a quantificar e avaliar adequadamente os riscos e oportunidades climáticas e seus impactos financeiros potenciais em suas organizações. É importante por trazer maior transparência em relação a temáticas relacionadas ao clima visando direcionamento de capital na transição para uma economia de baixo carbono. 

O BlackRock, por exemplo, maior fundo de investimentos mundial, perdeu US$ 90 bilhões na última década por ignorar o sério risco financeiro nos investimentos em empresas de combustíveis fósseis. O fundo apostou em empresas petrolíferas e perdeu oportunidades de investimento em energias renováveis.

“O BNDES foi a primeira instituição financeira brasileira a emitir green bonds, em 2016. Fomos para mercado esperando captar 500 milhões. Tivemos uma demanda de 5 bilhões e subscrevemos 1 bilhão, isso demonstra o quanto temos de oportunidades que ainda precisam ser exploradas”, afirmou Nabil Kadri, do BNDES.

Em agosto, durante a Semana do Clima América Latina e Caribe, realizado em Salvador, o setor empresarial encaminhou ao governo federal documento formal em defesa da criação de um mercado de carbono como ferramenta necessária para redução de emissões de gases de efeito estufa. 

Como as empresas podem lidar com as questões climáticas?

“Um dos compromissos do Itaú é, até 2025, colocar R$ 100 bi de investimentos em negócios de impacto positivo. Temos que influenciar a mudança de comportamento para investimentos de negócios mais sustentáveis”, disse Luciana Nicola, do Itaú.

Com o objetivo de continuar auxiliando as empresas a estarem cada vez mais preparadas para lidar com as questões climáticas, o CEBDS lançou este ano o trabalho “Impactos financeiros do risco climático: uma estratégia essencial para o negócio”.

As ações não são voltadas apenas para o setor financeiro, e visam dar maior transparência para toda a cadeia de investimento, possibilitando assim uma melhora no seu relato climático das empresas de um modo geral.

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