As mudanças climáticas tornaram a economia de baixo carbono uma demanda inquestionável. Contudo, se a redução das emissões atmosféricas e a mudança do paradigma energético global representam oportunidades de negócios, trazem também desafios financeiros para empresas, governos e organizações sociais em todo o mundo.
A fim de discutir possibilidades e dificuldades do processo de descarbonização, o CEBDS promoveu, nesta quarta-feira (17/7), o painel “Transição energética e precificação de carbono”. O evento contou com apoio da Siemens e atraiu um público de cerca de 70 pessoas, entre executivos, representantes do poder público e da sociedade civil.
Apresentado pelo presidente e CEO da Siemens Brasil, André Clark, e moderado pela presidente do CEBDS, Marina Grossi, o debate reuniu o COO e CTO da Siemens AG, Roland Busch; a diretora Executiva do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Ana Toni; o diretor de Energia da Braskem, Gustavo Checcucci; e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral.
Economia de baixo carbono
Os debatedores apresentaram suas visões sobre a velocidade da transição energética global e os modelos para precificar as emissões de carbono. Para Busch, da Siemens AG, além de uma necessidade, a economia de baixo carbono é um excelente case de negócios, mas que somente a correta precificação do carbono é capaz de provocar mudanças econômicas reais. Já Checcucci, da Braskem, reivindicou a correta valoração de produtos “verdes”, bem como dos contratos de energia renovável para grandes consumidores de energia.
Analisando a situação brasileira, Toni, do ICS, apontou que a abundância e a diversidade de fontes energéticas do país trazem vantagens e desvantagens e que é preciso definir políticas públicas para a descarbonização. E Barral, da EPE, reforçou a necessidade de unificar as variadas demandas envolvidas na transição energética, sobretudo para unir descarbonização e desenvolvimento econômico e social.
Os caminhos são de fato diversos. Entretanto, os debatedores deixaram claro a urgência de ampliar as ações em busca da economia descarbonizada. Para isso, é fundamental haver um planejamento mais audacioso e coordenado que reúna os diferentes agentes envolvidos no processo de transição energética.